sábado, dezembro 17, 2011
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
domingo, fevereiro 01, 2009
O conflito
Estando eu habituado ao debate rico e inteligente com o Medeiros Ferreira, não posso deixar de assinalar a minha indignação com a sua mais recente paixão: um amarelo vivo (uma combinação entre o vaticano e o jornal Sol) que invadiu o seu prédio e a minha rua sem dó nem piedade. As suas opções religiosas e editoriais não seriam graves se, indirecta e malevolamente,o Medeiros não tivesse (irremediavelmente) alterado uma ordem (natural, diria eu)estabelecida numa série de paisagens feitas pelo artista japonês que vendeu metade da sua produção anual na nossa rua. O conflito adivinha-se tenso e a janela de negociação será sempre estreita: volta o rosa, retoca o meu quadro a pincel ou manda fazer um novo.
terça-feira, janeiro 20, 2009
Canal Benfica
A cerveja já saiu do frigorífico e as pipocas salgadas estão quentinhas e prontas a ser devoradas. Sentado no sofá, com o comando da televisão numa mão e a loura na outra, está tudo preparado. As equipas a postos no relvado. Onze de cada lado, as bancadas crescem de excitação. O árbitro apita. O jogo começa.
Para quem gosta de futebol, nas próximas duas horas, a bola é a rainha. Mas aqui esta é a última vez que se vê a redondinha.
Durante o tempo que se segue, temos os comentadores (com uma câmara apontada para eles). Os comentários dos comentadores (que vibram à séria). As reacções dos adeptos nas bancadas. Os bancos de suplentes. Os aquecimentos dos suplentes que saem do banco. Mas do rectângulo de jogo… nada. Nem uma imagenzinha que seja.
São assim os jogos de futebol, versão Canal Benfica. Uma super-produção televisiva sobre coisa praticamente nenhuma.
Bem se pode dizer que é todo um mundo novo de experiências e de sensações que se abrem ao espectador! Um jogo de futebol transmitido sem se ver o campo! Imagine-se a angústia do espectador depois de um golo relatado do qual não há uma imagem (não acredito que não passe pela cabeça do realizador algo como ‘eh pá este golo foi tão bom, deixa lá mostrá-lo só um bocadinho').
Explique-se: O canal recém-inaugurado não tem os direitos dos jogos, por exemplo, da Liga e da Taça da Liga. A solução encontrada foi dar uma espécie de relato dos jogos da Luz para quem está em casa e não tenha acesso à partida noutro canal. Pode até não ser mal pensado, a solução é que se não é inédita a nível mundial, não fica concerteza longe disso, e é no mínimo curiosa.
Se a moda pega, podemos, por exemplo, começar a assistir a partidas de ténis em que só vemos o movimento pendular das cabeças dos espectadores a seguir a bola, ou a corridas de Fórmula 1 em que somos guiados apenas pelo barulho dos bólides quando passam na recta da meta. Noutra versão, podíamos ter os debates parlamentares entre José Sócrates, Louça e Portas apenas com direito a ver e ouvir os apartes dos deputados…
Para quem gosta de futebol, nas próximas duas horas, a bola é a rainha. Mas aqui esta é a última vez que se vê a redondinha.
Durante o tempo que se segue, temos os comentadores (com uma câmara apontada para eles). Os comentários dos comentadores (que vibram à séria). As reacções dos adeptos nas bancadas. Os bancos de suplentes. Os aquecimentos dos suplentes que saem do banco. Mas do rectângulo de jogo… nada. Nem uma imagenzinha que seja.
São assim os jogos de futebol, versão Canal Benfica. Uma super-produção televisiva sobre coisa praticamente nenhuma.
Bem se pode dizer que é todo um mundo novo de experiências e de sensações que se abrem ao espectador! Um jogo de futebol transmitido sem se ver o campo! Imagine-se a angústia do espectador depois de um golo relatado do qual não há uma imagem (não acredito que não passe pela cabeça do realizador algo como ‘eh pá este golo foi tão bom, deixa lá mostrá-lo só um bocadinho').
Explique-se: O canal recém-inaugurado não tem os direitos dos jogos, por exemplo, da Liga e da Taça da Liga. A solução encontrada foi dar uma espécie de relato dos jogos da Luz para quem está em casa e não tenha acesso à partida noutro canal. Pode até não ser mal pensado, a solução é que se não é inédita a nível mundial, não fica concerteza longe disso, e é no mínimo curiosa.
Se a moda pega, podemos, por exemplo, começar a assistir a partidas de ténis em que só vemos o movimento pendular das cabeças dos espectadores a seguir a bola, ou a corridas de Fórmula 1 em que somos guiados apenas pelo barulho dos bólides quando passam na recta da meta. Noutra versão, podíamos ter os debates parlamentares entre José Sócrates, Louça e Portas apenas com direito a ver e ouvir os apartes dos deputados…
quarta-feira, janeiro 07, 2009
Nasce um autarca modelo
O PSD gosta de nos surpreender. Já nem nisso é surpreendente. Agora, a concelhia lá da terra decidiu que o melhor colocado para ser candidato à câmara de Olhão é... Gonçalo Amaral.
O inspector reformado da PJ que tão bem tratou do caso Maddie, e que ainda está envolvido no julgamento de torturas a Leonor Cipriano, confirmou o convite e mostra-se tentado: "é uma forma de intervir na vida pública".
Ao pé disto, a candidatura de Santana Lopes a Lisboa é algo de altamente construtivo e dignificante e um must de seriedade.
De qualquer forma, e como ainda faltam muitos meses, aqui ficam outras sugestões para as luminárias que definem os candidatos laranja às autarquias:
Micael Carreira era bom para Moncorvo
Floribella ganhava facilmente qualquer câmara da área metropolitana do Porto
O Barbas podia candidatar-se em Almada
O Diamantino para a câmara do Barreiro
O Manuel Luís Goucha em Sintra
and so on, and so on....
O inspector reformado da PJ que tão bem tratou do caso Maddie, e que ainda está envolvido no julgamento de torturas a Leonor Cipriano, confirmou o convite e mostra-se tentado: "é uma forma de intervir na vida pública".
Ao pé disto, a candidatura de Santana Lopes a Lisboa é algo de altamente construtivo e dignificante e um must de seriedade.
De qualquer forma, e como ainda faltam muitos meses, aqui ficam outras sugestões para as luminárias que definem os candidatos laranja às autarquias:
Micael Carreira era bom para Moncorvo
Floribella ganhava facilmente qualquer câmara da área metropolitana do Porto
O Barbas podia candidatar-se em Almada
O Diamantino para a câmara do Barreiro
O Manuel Luís Goucha em Sintra
and so on, and so on....
segunda-feira, janeiro 05, 2009
Sócrates versão 2009
A primeira entrevista do ano de José Sócrates, esta noite na SIC, correu manifestamente bem ao primeiro-ministro. Isto apesar de ter reconhecido, finalmente, que Portugal está mesmo a entrar em recessão. É estranho, mas é verdade.
Ao fim de quase quatro anos no poder é virtualmente impossível apanhá-lo em falso. E a crise brutal, por paradoxal que pareça, veio ajudar o chefe do Governo: a justificação para a actuação do Executivo em matérias como a intervenção na banca ou a aposta no investimento público tem agora um escudo do tamanho de uma crise financeira global.
Ao mesmo tempo, e apesar da crise na Educação e da ruptura com Alegre, Sócrates já não tem agora a atormentá-lo questões melindrosas como as relacionadas com a sua licenciatura.
Ainda assim, e de qualquer forma, nalguns pontos a explicação ficou aquem do exigível, nomeadamente em relação aos números absolutamente irrealistas do OE para 2009, sobre a necessidade de salvar o BPP, um banco gestor de grandes fortunas, ou ainda em relação aos tardios apoios agrícolas.
Ao fim de quase quatro anos no poder é virtualmente impossível apanhá-lo em falso. E a crise brutal, por paradoxal que pareça, veio ajudar o chefe do Governo: a justificação para a actuação do Executivo em matérias como a intervenção na banca ou a aposta no investimento público tem agora um escudo do tamanho de uma crise financeira global.
Ao mesmo tempo, e apesar da crise na Educação e da ruptura com Alegre, Sócrates já não tem agora a atormentá-lo questões melindrosas como as relacionadas com a sua licenciatura.
Ainda assim, e de qualquer forma, nalguns pontos a explicação ficou aquem do exigível, nomeadamente em relação aos números absolutamente irrealistas do OE para 2009, sobre a necessidade de salvar o BPP, um banco gestor de grandes fortunas, ou ainda em relação aos tardios apoios agrícolas.
quarta-feira, dezembro 10, 2008
Um post sobre os professores
O jornalista Ferreira Fernandes ensinou-me várias coisas. Uma das principais coisas que me ensinou foi que se deve valorizar o trabalho. Em quaisquer condições.
Contar como foi
É um velho instrumento jornalístico que parece em franca regressão: contar como foi. Com tanta opinião, verborreia incontrolável ou, pura e simplesmente, maus fígados, não me devia surpreender que o jornalismo melhor feito continue a ser o que conta como foi que se passou qualquer coisa. Sendo que a latitude deste como foi que se passou qualquer coisa é variável: pode ir desde os Gonzo Papers (excelente livro que eu comprei na FNAC sem desconto) do Hunter S. Thompson até às saudosas crónicas do Jorge Silva Melo no antigo jornal Público. Já agora: alguém me conta quem é que se pirou das votações no parlamento?
Nota futebolística: viram o nó que o Pereirinha deu ao suíço ontem? É o próximo Figo.
Nota futebolística: viram o nó que o Pereirinha deu ao suíço ontem? É o próximo Figo.
quarta-feira, novembro 19, 2008
Manuela Ferreira Leite
As declarações de Manuela Ferreira Leite acerca da democracia são tão vulgares como as que se ouvem em qualquer táxi ou taberna. Posto isto, não me parece que seja muito produtivo adoptar a postura alegrista do agarrem-me-senão-eu-mato-o-uma-vez-que-está-em-causa-a-liberdade.O verdadeiro problema está na sua confissão de que as reformas são impossíveis de fazer no regime democrático. Ou seja, a confissão de que o PSD nada fará, como nunca fez, contra os interesses corporativos. Entre um animal feroz (com nuances) e um leãozinho de peluche (auto-proclamado) quem é escolhem para enfrentar os tigres (de papel e não só)?
Nota: Dá gosto ver o artigo do Público de hoje sobre Manuela Ferreira Leite. Parece que o spin que tanto repugna Pacheco Pereira vai sempre na mesma direcção.
Nota2: Eu próprio, como muitos sabem, sou assessor de imprensa deste Governo. Como é sabido, isso torna-me uma pessoa moral e eticamente repugnante.
Nota3: Dá gosto voltar ao blogue....
Nota: Dá gosto ver o artigo do Público de hoje sobre Manuela Ferreira Leite. Parece que o spin que tanto repugna Pacheco Pereira vai sempre na mesma direcção.
Nota2: Eu próprio, como muitos sabem, sou assessor de imprensa deste Governo. Como é sabido, isso torna-me uma pessoa moral e eticamente repugnante.
Nota3: Dá gosto voltar ao blogue....
sábado, agosto 30, 2008
Carta africana do meu primo
"Oi Gente!
Por aqui em Luanda tudo jóia!
Nos primeiros dias ainda reparei na enorme sujidade e muita miséria das ruas e musseques circundantes (favelas) mas com o tempo vamo-nos habituando e descobrindo o outro lado de Luanda. Angola é um país em reconstrução e por esta altura com as eleições à porta, cada semana que passa o país muda e isto é rigorosamente assim.
Está a ser uma grande experiência, uma mistura entre dois mundos. Por um lado a difícil adaptação a uma realidade pobre e suja com muita miséria, por outro, parece que estamos em casa, deve ser o sítio no mundo com maior presença portuguesa: Desde a língua, à arquitectura (ou falta dela), à desorganização estatal, a corrupção (levada ao extremo), à quantidade de marcas portuguesas que não encontramos em mais lado nenhum do globo, só aqui!
Aqui bebo Compal, Sagres e Super Bock, o papel higiénico é Renova, o atum é Ramirez, as salsichas são Nobre e a água é do Luso ou Caramulo! Nunca vi tanta camisola do Benfica, Sporting e Porto nas ruas de uma cidade. Também aqui há as zonas de Benfica e Alvalade. A televisão angolana é uma cópia da SIC e os canais satélites portugueses passam a cada esquina. RTPi, Africa, SIC, SIC Noticias e SportTV, vejo todos os jogos, mais incrível, no outro dia entrei numa taberna, que por aí em Portugal já são sujas, imaginem aqui… uma mini-tv a cair de podre, aparafusada ao tecto, transmitindo um canal tuga e lá estava o madié… Rodrigo Menezes! Quem não conhece?! Morangos com Açúcar, etc, etc. Também aqui as novelas e revistas cor-de-rosa começam a tomar conta da populaça, já há até a versão Angolana da revista Caras, igualzinha à portuguesa mas a com as figurinhas locais (a preto e branco – estou na brinca!). Também se vai ao Tamariz beber um copo ou à Portvgália comer um bife. Há frango no churrasco, bacalhau, arroz-doce, bolas de Berlim e pastéis de nata! Estamos em casa! E como dizem por aqui "Mano, Estamos Juntos"
O Angolano adora tudo o que tem a ver com a aparência, anda sempre aperaltado, pode até estar a suar em bica mas sempre com o fatinho bem engomado e gravatas luxuriantes. Nestas ruas entupidas com esgotos a céu aberto, com poeira por todo o lado as senhoras andam de salto alto e o mais que se vê é sapato mocassino sempre impecavelmente engraxado! muito engraçado.
O trânsito é inacreditável, tudo o que eu possa escrever não chega dar uma ideia do caos que isto está, é "tudo ao molho e fé em Deus", uma maravilha! Depois de alguns dias a gente apanha o jeito.
Esta é a experência vincadamente de Luanda, quando se visitam outras províncias a realidade já é diferente, mais natureza, mais organização, menos confusão. Amanhã viajo pela costa, vou para sul, Kwanza Sul, Benguela com destino à provincia de Namibe. Pelo meio vamos dormir no Lobito, 38 anos a ouvir falar desses paraísos, vamos lá ver se é mesmo assim.
É esta um pouco da história do meu último mês em Angola. No proximo fim de semana estou por aí.
Fica o registo.
Beijos e abraços
Lourenço"
Por aqui em Luanda tudo jóia!
Nos primeiros dias ainda reparei na enorme sujidade e muita miséria das ruas e musseques circundantes (favelas) mas com o tempo vamo-nos habituando e descobrindo o outro lado de Luanda. Angola é um país em reconstrução e por esta altura com as eleições à porta, cada semana que passa o país muda e isto é rigorosamente assim.
Está a ser uma grande experiência, uma mistura entre dois mundos. Por um lado a difícil adaptação a uma realidade pobre e suja com muita miséria, por outro, parece que estamos em casa, deve ser o sítio no mundo com maior presença portuguesa: Desde a língua, à arquitectura (ou falta dela), à desorganização estatal, a corrupção (levada ao extremo), à quantidade de marcas portuguesas que não encontramos em mais lado nenhum do globo, só aqui!
Aqui bebo Compal, Sagres e Super Bock, o papel higiénico é Renova, o atum é Ramirez, as salsichas são Nobre e a água é do Luso ou Caramulo! Nunca vi tanta camisola do Benfica, Sporting e Porto nas ruas de uma cidade. Também aqui há as zonas de Benfica e Alvalade. A televisão angolana é uma cópia da SIC e os canais satélites portugueses passam a cada esquina. RTPi, Africa, SIC, SIC Noticias e SportTV, vejo todos os jogos, mais incrível, no outro dia entrei numa taberna, que por aí em Portugal já são sujas, imaginem aqui… uma mini-tv a cair de podre, aparafusada ao tecto, transmitindo um canal tuga e lá estava o madié… Rodrigo Menezes! Quem não conhece?! Morangos com Açúcar, etc, etc. Também aqui as novelas e revistas cor-de-rosa começam a tomar conta da populaça, já há até a versão Angolana da revista Caras, igualzinha à portuguesa mas a com as figurinhas locais (a preto e branco – estou na brinca!). Também se vai ao Tamariz beber um copo ou à Portvgália comer um bife. Há frango no churrasco, bacalhau, arroz-doce, bolas de Berlim e pastéis de nata! Estamos em casa! E como dizem por aqui "Mano, Estamos Juntos"
O Angolano adora tudo o que tem a ver com a aparência, anda sempre aperaltado, pode até estar a suar em bica mas sempre com o fatinho bem engomado e gravatas luxuriantes. Nestas ruas entupidas com esgotos a céu aberto, com poeira por todo o lado as senhoras andam de salto alto e o mais que se vê é sapato mocassino sempre impecavelmente engraxado! muito engraçado.
O trânsito é inacreditável, tudo o que eu possa escrever não chega dar uma ideia do caos que isto está, é "tudo ao molho e fé em Deus", uma maravilha! Depois de alguns dias a gente apanha o jeito.
Esta é a experência vincadamente de Luanda, quando se visitam outras províncias a realidade já é diferente, mais natureza, mais organização, menos confusão. Amanhã viajo pela costa, vou para sul, Kwanza Sul, Benguela com destino à provincia de Namibe. Pelo meio vamos dormir no Lobito, 38 anos a ouvir falar desses paraísos, vamos lá ver se é mesmo assim.
É esta um pouco da história do meu último mês em Angola. No proximo fim de semana estou por aí.
Fica o registo.
Beijos e abraços
Lourenço"
quarta-feira, julho 02, 2008
sábado, maio 31, 2008
agora é que é (obrigado Martim)
"Do not stand at my grave and weep
I am not there; I do not sleep.
I am a thousand winds that blow,
I am the diamond glints on snow,
I am the sun on ripened grain,
I am the gentle autumn rain.
When you awaken in the morning's hush
I am the swift uplifting rush
Of quiet birds in circling flight.
I am the soft starlight at night.
Do not stand at my grave and cry,
I am not there; I did not die"
I am not there; I do not sleep.
I am a thousand winds that blow,
I am the diamond glints on snow,
I am the sun on ripened grain,
I am the gentle autumn rain.
When you awaken in the morning's hush
I am the swift uplifting rush
Of quiet birds in circling flight.
I am the soft starlight at night.
Do not stand at my grave and cry,
I am not there; I did not die"
quinta-feira, maio 15, 2008
Luz
Talvez seja luz por causa de um post do José Mário Silva. Aquele post (o melhor post jamais escrito sobre os filhos) onde ele relatava a reacção da filha aos reflexos da luz do sol na cama lá de casa. Mas é luz por muito mais coisas. É luz porque é luz; é luz porque é "dura", "aguda", limpa e branca" como a luz, "onde ressurgiremos", de Creta. É luz "oblíqua", "luz que precede a madrugada", luz na noite que "deixa só uma luz e outra luz e mais outra".É luz "mais clara que a do claro dia". É luz espelhada: "luz que se faz luz para ver a luz". É luz que se "pega à pel' dos pêssegos", às "tangerinas" e que "até nos peros brilhantes escorrega". É luz que cria "uma outra dimensão do que se sente vive e pensa a transtornar-nos a presença na sombra vã do grande vão". É Luz.
segunda-feira, maio 12, 2008
quinta-feira, abril 24, 2008
Já devem ter percebido que este assunto me interessa mesmo
O cinema King também tinha um cartaz com as caras de vários escritores famosos. E uma máquina de tabaco com um dos meus versos favoritos: "Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los/E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos/Sigo o fumo como uma rota própria,/E gozo, num momento sensitivo e competente,/A libertação de todas as especulações/E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto."
As caras dos escritores na Ler
Não sei se foi mais impressionate conhecer o Emílio Salgari, o Joyce ou o FNV.
Ler
Já disse ao Francisco e repito: ler (e ver as fotografias) o artigo do José Mário Silva sobre os 50 escritores é uma experiência absolutamente extraordinária. É como conhecer a cara da telefonista com quem falamos quase todos os dias.
terça-feira, abril 22, 2008
Algés (no dia do livro)
Aqui em Algés tenho um mapa e uma data de sacos de plástico cheios de jornais. Tenho tacos de golf, quadros horríveis e compromissos que me deixaram em herança. Tenho um armário e uns quantos dossiers (o Almeida Santos é que dizia que dossiers há para todos os gostos ou uma coisa assim parecida); tenho vista para os salgueiros, o mar e a tenda do circo. Aqui em Algés há de tudo: assessores e secretárias, administrativos e motoristas, uma máquina de café e outra de despachos. Temos uma bola de futebol e a fotografia de uma glória do passado. Temos o Joaquim no visor e o Joaquim a comer gelados. Tenho, eu Francisco, o canudo da Universidade Autónoma e resmas de folhas brancas marca Discovery. Tenho um cartão de visita a dizer que sou da Presidência do Conselho de Ministros; uma caixa de clips e um filofax com o número dos dias a vermelho; tenho a televisão ligada na SportTV e umas gravatas que uso de quando em quando. Tenho um radio leitor de cassetes e um ar condicionado da Daikin. Tenho cinza por todo o lado e também pelo cinzeiro. Tenho um artista célebre na sala de espera e um scanner topo de gama. Só não tenho livros. E fazem-me falta. Talvez seja melhor ir ali ao Viegas "pra" matar saudades. E, se não for, ele que saiba que estou lá na mesma.
Manuela Ferreira Leite (II)
Ao contrário do Martim, acho que a candidatura será sempre boa para separar o trigo do joio. O PSD nunca foi grande coisa mas também nunca foi tão mau. Pelo menos pode ser que, em vez da cama alheia, se volte a discutir política.
segunda-feira, abril 21, 2008
Manuela Ferreira Leite
A sua candidatura à liderança do PSD traz tanto de credibilidade para o partido como de risco político para si própria: se perder nas directas contra Menezes ou uma figura do menezismo-santanismo, hipoteca seriamente todo um capital político conseguido ao longo dos últimos anos.
sexta-feira, abril 11, 2008
Novelas e novelas
Um almoço em que se contam coisas extraordinárias. Um actor que faz de padre numa novela. O mesmo actor aparece na novela seguinte como pai de família que tem uma amante. A mesma amante que, na novela anterior, fazia de paroquiana devota. Comentário feito ao actor no meio da rua: "Você não nos engana. Já tinha caso quando ainda era padre". Pergunta-se a uma outra senhora se sabe quem é o pai da Clarinha (acho que é a Clarinha) na novela da tvi. Ela sabe quem é a Clarinha mas não conhece o pai: "É aquela que de dia trabalha e que de noite, não que a gente tenha alguma coisa a ver com isso, cada um faz o que quer da sua vida, é puta". E ainda a história do Presidente de Câmara que pediu que o avisassem quando passasse o helicóptero da TVI: queria ter tempo para mandar o canalizador abrir a torneira da fonte colocada no espelho de água. Tudo a fazer lembrar a empregada cabo-verdiana que aspirava a casa com o meu primo amarrado às costas. Explicava ao bébé que o doutor da novela da tarde era um homem muito mau.
segunda-feira, março 17, 2008
Palavras
Já que ninguém me passa a corrente passo a corrente a mim próprio:
Gosto muito da palavra sincopado. Li-a no blogue da Ana Cláudia e gosto muito.
Gosto muito da palavra fumar. Porque me lembra que, além de gostar muito de fumar, de pegar no cigarro e fazer bolinhas de fumo, gostava muito das alheiras e das azedas que a minha avó fumava na cozinha.
Gosto muito da palavra escano. Lembrei-me dela porque costumava sentar-me num escano enquanto a minha avó fumava as alheiras e as azedas.
Gosto muito da palavra Luz. Porque é luminosa e vai ser o nome da minha filha.
Gosto muito da palavra mulher. Porque gosto muito da Ulrica e dá-me mais jeito dizer a minha mulher do que dizer a minha namorada ou a minha esposa ou a minha união de facto ou o diabo a quatro.
Gosto muito da palavra linear. Porque é muito certinha e seguidinha.
Gosto muito da palavra entretanto. Entretanto é uma bela palavra e está antes dos "finalmente". O que me leva a pensar que também gosto muito da palavra Odorico. Paraguaçú para ser mais específico.
Gosto de todos os palavrões portugueses. Os gregos que eu conheci insultavam-se em português. Por outro lado, não se imagina "um filho de uma meretriz" (apesar de já se poder imaginar, sem a eficácia original, um "filho de uma rameira"). Também não se imagina um vai para vagina da tua mãe, um vai para o pénis, nem sequer um quero que tu pratiques um acto sexual indefinido.
Por outro lado, também gosto muito de certas expressões ou aforismos (ora aí está outra palavra linda - a-f-o-r-i-s-m-o-s). Principalmente da expressão ou aforismo "dois errados não fazem um certo". Que é o mesmo que perguntar "se ele se atirar a um poço tu também te atiras?".
Gosto muito da palavra sincopado. Li-a no blogue da Ana Cláudia e gosto muito.
Gosto muito da palavra fumar. Porque me lembra que, além de gostar muito de fumar, de pegar no cigarro e fazer bolinhas de fumo, gostava muito das alheiras e das azedas que a minha avó fumava na cozinha.
Gosto muito da palavra escano. Lembrei-me dela porque costumava sentar-me num escano enquanto a minha avó fumava as alheiras e as azedas.
Gosto muito da palavra Luz. Porque é luminosa e vai ser o nome da minha filha.
Gosto muito da palavra mulher. Porque gosto muito da Ulrica e dá-me mais jeito dizer a minha mulher do que dizer a minha namorada ou a minha esposa ou a minha união de facto ou o diabo a quatro.
Gosto muito da palavra linear. Porque é muito certinha e seguidinha.
Gosto muito da palavra entretanto. Entretanto é uma bela palavra e está antes dos "finalmente". O que me leva a pensar que também gosto muito da palavra Odorico. Paraguaçú para ser mais específico.
Gosto de todos os palavrões portugueses. Os gregos que eu conheci insultavam-se em português. Por outro lado, não se imagina "um filho de uma meretriz" (apesar de já se poder imaginar, sem a eficácia original, um "filho de uma rameira"). Também não se imagina um vai para vagina da tua mãe, um vai para o pénis, nem sequer um quero que tu pratiques um acto sexual indefinido.
Por outro lado, também gosto muito de certas expressões ou aforismos (ora aí está outra palavra linda - a-f-o-r-i-s-m-o-s). Principalmente da expressão ou aforismo "dois errados não fazem um certo". Que é o mesmo que perguntar "se ele se atirar a um poço tu também te atiras?".
40.16
Tanta coisa e tão pouco treino. Eu gostava de escrever sobre engates e festas e filhos e política e livros e muitas outras coisas. Gostava de escrever aqui para ser melhor tipo (enquanto escrevo isto, oiço, em música de fundo, o Nicholson a dizer à muito interessante Helen Hunt: "You make me want to be a better man...)
A verdade é que eu tinha uma fé (e não uma fezada) na blogoesfera. O mundo realmente precisava de mim e era aqui que eu ia mudar o mundo. A verdade é que nem eu ia mudar o mundo nem o mundo precisava de mim. O mundo, este mundo, precisava era de gente independente e livre. Gente muito lida, muito ouvida e muito dada. Gente com gosto de apontar o dedo gordo ou especialistas na (sim, Luís, continuo a ler-te com gosto de sempre) "plurivocidade vocabular em agustina" ou na " dinâmica metamórfica e impura de uma ana-prolepse catacrética". Este mundo, descobri, precisava era de gente livre e independente. Pessoal munido de sitemeters que lê as benevolentes, gosta de gajas e despreza o Mário Jamé. O mundo, este mundo, não precisa, descobri, de assessores pagos a ouro para condicionar o mundo livre. Já o mesmo não se pode dizer da estrada. A estrada precisa de assessores pagos a ouro para condicionar o mundo livre: 40. 16 na mini-maratona. O Gebrasselaise que se cuide.
A verdade é que eu tinha uma fé (e não uma fezada) na blogoesfera. O mundo realmente precisava de mim e era aqui que eu ia mudar o mundo. A verdade é que nem eu ia mudar o mundo nem o mundo precisava de mim. O mundo, este mundo, precisava era de gente independente e livre. Gente muito lida, muito ouvida e muito dada. Gente com gosto de apontar o dedo gordo ou especialistas na (sim, Luís, continuo a ler-te com gosto de sempre) "plurivocidade vocabular em agustina" ou na " dinâmica metamórfica e impura de uma ana-prolepse catacrética". Este mundo, descobri, precisava era de gente livre e independente. Pessoal munido de sitemeters que lê as benevolentes, gosta de gajas e despreza o Mário Jamé. O mundo, este mundo, não precisa, descobri, de assessores pagos a ouro para condicionar o mundo livre. Já o mesmo não se pode dizer da estrada. A estrada precisa de assessores pagos a ouro para condicionar o mundo livre: 40. 16 na mini-maratona. O Gebrasselaise que se cuide.
quarta-feira, março 12, 2008
Outro contributo (para os que ainda não perceberam bem)
The first: the current total delegate counts have Obama at 1571 delegates and Clinton at 1470 (according to DemConWatch, but varies slightly depending on who you choose to get your numbers from) with 599 delegates remaining. Speaking purely mathematically, it is possible for both Obama and Hillary to reach the "Magic Number" via the pledged delegates. It is not likely, as he would have to win about 76% of the remaining delegates in every state left (a large margin even by his blowout standards), and Hillary would need to win a whopping 92.5% (if Mississippi splits evenly her required margins increase to 95%). The second flaw in this argument is the fact that it is hypocritical in its composure. Both Obama and Hillary's current totals, and more importantly the ultimate goal post, already factor superdelegates into the equation: 203 and 244, respectively, and 795 for the total.
The MSM is trying to frame the discussion about who can run up the majority of pledged delegates while using the superdelegate mile markers. To put this into perspective: in order to get to 2024 if superdelegates had no say whatsoever (which they technically do not) up until Denver, the victor would have to win a pinch more than 62% of the vote, which is obviously a good deal more than a simple majority. This becomes problematic when trying to describe who has won in terms of popular opinion, because the number make it seem like NEITHER candidate has. A few minutes thought can poke the holes in this presentation, seeing as there are only two candidates in this contest, and one has a significant lead, so one must be holding a majority opinion by pure logic.
Most reasonable people who have been following the exchange with tend to agree that the superdelegates are fickle creatures, they can and have changed their minds in the process and likely will do so in the future. Endorsements, therefore, are at best unreliable indicators of he final vote and really should be discounted. However, to properly frame the case for popular opinion, we have to wipe them from the equation. This leads to my major point in this article: the popular vote Magic Pledged Number (MPN) is not 2024, it is 1627. Also, in this frame of reference, Obama has 1387 delegates to Clinton's 1229.5 (via wikipedia's count). What's the big deal, you ask, making a distinction between 2024 and 1627 if both their numbers lower respectively? Well, the pledged delegate majority is the best poll we can get of the popular national opinion for the candidate (given that it is, you know, the actual election part of the primary process). Also, it encompasses the argument Obama is putting forward to attempt to sway those fickle elected officials who comprise the superdelegates. More importantly, the 2024 goal combined with excluding additional superdelegates makes the race seem closer than it is and more likely to be a deadlock. Worded differently: it makes Obama's 4.6% lead seem like a pithy 3.7% lead (note: both are fairly substantial leads at this point in the race, but we're getting to that).
So that's it? A less than 1% difference? That's what I've been ranting to you about? They both still need 76% or 92.5% of remaining pledged delegates, right? The answer, of course, is no. This, in fact, is where the truly interesting part of this analysis peaks into the light: setting the expectations. Hillary needs 404.5 delegates to reach the pledged delegate majority, while Obama only needs 240. Therefore, Obama only needs to win 40% of the remaining delegates, while Clinton needs to win a whopping 67.5% to claim a majority of the popular vote. We'll call these numbers the expectation floor (EF) for the candidates, meaning not a polling expectation, but the mathematical expectations they must overcome. You may notice those numbers do not add up to one hundred, this is because they are confounded by 36.5 phantom delegates that are either committed to John Edwards or not yet assigned, so we are ignoring them for the time being. The fact remains, as things stand Obama's expectations for remaining contests are 40% to Hillary's 67.5%. Now, due to delegate math, 67.5% of remaining delegates is somewhat difficult to translate into exact votes, but let us assume a 1:1 delegate proportion to voter percentage If you run the numbers over the previous primary/caucuses, the appointments really are not far off from this assumption, in spite of all the spinster's complaints about complications. For example: say Hillary pulls out a 60-40 win (Scenario 1). Multiply the 158 pledged delegates by 60% and you get 94.8 to Clinton, leaving 63.2 to Obama. The Slate's super scientific Delegate Calculator crunches all its numbers and dishes out 95 to Clinton and 63 to Obama. Shockingly similar, eh? Makes it real easy to do in Excel too, as it turns out. Anyhow, assuming Scenario 1, Obama would have made no dent in public opinion in Pennsylvania and Hillary would have exceeded poll predictions. Assume as well an equally unlikely, but possible, 50-50 split in Mississippi. Hillary would have beat polls in both states, and should be that much closer to having this nom, according to Harold Ickes, "locked up", correct? Oh how wrong you would be. By winning beneath her EF, she actually makes it more unlikely that she will win moving forward. Specifically, at that point she would have to win 72% of all remaining delegates. Suppose she digs into Obama's demographic support again, which she has not yet currently done at all, and manages to tie up North Carolina and Indiana. Heck, say she pulls 55% out of each, against the odds (call this Scenario 1.1). She would then only have to catch 86% of the remaining delegates to get the pledged majority. After winning! You can see where this is going. This would mean Obama was pulling less than 14% of the vote (effectively netting him no delegates). Huckabee has been outperforming those odds while being all but penniless and doomed. Each time she fails to get to the expectation margin, the bar gets higher and higher until it vanishes into nothingness.
Aha, but Florida and Michigan will have a play, will they not? We cannot, in good conscious, disenfranchise those voters. They're already talking about revotes. A paltry $20 million a pop for Hillary favored primaries and it's a done deal. They can save Hillary, no doubt. All is not lost, oh mathmonger me. But do they? Let's crunch the numbers again. Adding in Florida and Michigan, the new pledged magic number is 1784. Assuming a theoretical even Mississippi split, Hillary would only have to win 63.8% of remaining delegates. Meanwhile, Barack would just have to hold onto 45% to get to the lead. Scenario 1.1 would leave her needing 65.1%. The progression is markedly slower, leading to a long, drawn out process, but the result is the same. Is there any way for Hillary to have an advantage? What if, by some crazed political miracle the delegates in Florida and Michigan get seated as they are, in spite of the massive unfairness and rule breaking? Suppose Obama gets no delegates from Michigan, since his name was on the ballot, netting Clinton 70 free delegates based on her margin as the Uncommitteds wander off into the wilderness in search of purpose. Surely, then, the math would be in her favor, after changing the rules mid-game. Wouldn't they? Well, Obama's EF would jump to 56%. Clinton, then is sitting pretty at 66.5%. All that conniving and game changing to net a 1% point decrease in her EF. Why is Obama's so much higher while Clinton's stays almost the same? Remember those phantom delegates, now totaling 94.5 (almost a whole big state!)? They now constitute a significant enough portion or pledged delegates to stop a candidate from achieving the MPN. In any event, the only real benefit from this scenario is it brings Obama down perception wise and makes it possible that he will not meet the MPN, but simply have the most delegates. And, of course, it shrinks Obama's current 150 delegate lead to around 62. Interestingly enough, Clinton's EF is smaller doing the revote in Florida and Michigan, since she did not come anywhere near meeting it the first time around in the arguably unfair contests, though it is highly unlikely she would do better the second time around. And one can assume Obama would net more than zero delegates in a second Michigan vote, keeping his EF in the mid-40's.
Fine, you say, Obama will have more delegates. But, he'll have been beaten up badly and likely will be losing a morale war, even if he'll be awash with money from swooning, delusional supporters. Never good as far as superdelegates decision making is concerned. And, of course, there is the latest Clinton trump card talking point: the popular vote. Even if she does not meet the strange, coldly logical EM number she faces, she can pull out a win in the popular vote. After all, over 27 million people voted and there is only a 600,000 vote advantage to Obama (Obama: 13,005,114, Clinton: 12,414,786 according to RealClearPolitics). Why, if you add Florida and Michigan (where Obama was not on the ballot, getting zero votes, which will never, in the Clinton camp's wildest dreams, be considered a valid line of argument, especially if she is still behind in delegates), she actually manages to squeak ahead in votes, by a whole 30,000! In any event, and ignoring the glaringly obvious problem that Nevada, Iowa, Maine, and Washington, the first of which was a close contest and the last three are fairly populous, all having voted for Obama by big margins, have not released popular vote totals. This means they are not included in any popular vote total you may see (go ahead and check if you don't believe me). It is entirely possible Obama's lead is in the range of a cool million votes, but I digress. Let us not jump to conclusions and assume a 600,000 vote difference, based on the numbers we have. Now then, how to estimate the total number of voters in upcoming states to establish a reasonable EF for Hillary to make up in this regard? None of the upcoming states have voted in recent primaries, and this year has been all about records. So, in the spirit of fairness, I went ahead and took the 2007 US Census estimates for state population totals, assumed 80% of people would be eligible to vote, and that 25% would vote in these upcoming primaries. Keep in mind, 27% was the highest primary turnout among all eligible voters (not just Dems or Rs) and that was in 2004. But these are record breaking years, Dems have outnumbered Rs in almost every race, etc. If you doubt my estimates consider it this way: if this methodology were applied to the states that have already voted so far, the popular vote totals would be 55 million people thus far, more than twice the actual number, so I think everything is covered by a safe margin of error (one that will prove in favor of Hillary Clinton) in this hypothetical. Using this extremely bold estimate, actual voter turnout in the remaining states (and Puerto Rico) would be 8,667,123 people. To make up the 600,000 vote deficit, Hillary would have to win a 7% point margin above Obama in every remaining contest, or an EF of 53.5%. In all likelihood, this will not happen. If you remove from the equation the Obama favored states of North Carolina, Oregon, South Dakota, and Montana, meaning they pull a 50-50 popular vote split, that margin increases to 10.5%. This is, of course, much more achievable than beating her EF for pledged delegates, but these estimates are best case scenario, with likely record breaking turnout increases of 400% or so. And it is still highly unlikely that this outcome will happen in even the rosiest of scenarios. Not to mention, if Clinton just barely squeaks out a popular vote total, while losing overall delegates, she still does not have a very good case to make.
So what do all these numbers mean? Essentially, they point out that the best hope for Hillary Clinton to win the election is for Barack Obama to be struck by a meteorite, so long as it kills him and does not grant him any (more?) superhuman powers. Beating her EF of 67.5% in all states is an outlandish proposal. The only election she's done that so far was in Arkansas, her sort of home state. She was just shy of that margin during her incumbent run for Senate in NY (for those not well versed in Senate elections, incumbents nearly always win and its rarely a contest). More than likely, even if everything went Clinton's way, she would be down in both pledged delegates and popular vote. As far as I am concerned, by the way, given than 3 of the 4 states not reporting vote totals fell huge for Obama, pledged delegates are the most accurate representation of the will of the American people we have available. The purpose of this post was to portray this fact as accurately as possible, and define the terms anyone truly interested in the popular opinion should look to.
If these figures seem unfair to Hillary Clinton, when, "the people have not all yet spoken," I encourage you to remember that there are only 11 contests left, with 43 having already been decided. The people HAVE spoken. They have with enough of a margin where if this were an election night, it would already have been called by every network weeks ago. This is not, however, a call for Hillary Clinton to step down. How she proceeds at this point in the face of seemingly insurmountable odds is her right. I may feel it is damaging to the party, or a waste of money, or any number of things, but it is not incumbent upon her to step down. She has come very far and deserves to be heard, when she says rational things at least. Nor do I feel this is a good excuse for Obama or his supporters to take it easy or rest on their laurels. If anything, that was the cause for his receding support in the days leading up to last Tuesday. The 50 state strategy is proving to have some good coattails, just look at Bill Foster in Illinois or the SurveyUSA numbers, and we cannot afford to have a weakened or lazy candidate walking out of this primary whenever it is finally called. I do feel like this should be a message to the superdelegates to put pressure on Clinton to stop the negative attacks and outright character assassination she employs against Barack Obama, in her ridiculous effort to bring about what, at very best, amounts to a shady backroom deal behind closed doors, defying the will of the people. To stop the open endorsements of John McCain over Barack Obama. To stop the accusations of falsehood regarding his positions on NAFTA and the Iraq war that he has stayed consistent on for years and has no reason to lie about. To stop the claims of impropriety in regards to Tony Resko when she herself has a laundry list of shady donors that includes the very same individual and several of his Co-defendents. To stop the bitter infighting on the trail while giving John McCain leave to sneak into the White House and swap the locks on the doors.
DailyKos (antes do Mississipi)
The MSM is trying to frame the discussion about who can run up the majority of pledged delegates while using the superdelegate mile markers. To put this into perspective: in order to get to 2024 if superdelegates had no say whatsoever (which they technically do not) up until Denver, the victor would have to win a pinch more than 62% of the vote, which is obviously a good deal more than a simple majority. This becomes problematic when trying to describe who has won in terms of popular opinion, because the number make it seem like NEITHER candidate has. A few minutes thought can poke the holes in this presentation, seeing as there are only two candidates in this contest, and one has a significant lead, so one must be holding a majority opinion by pure logic.
Most reasonable people who have been following the exchange with tend to agree that the superdelegates are fickle creatures, they can and have changed their minds in the process and likely will do so in the future. Endorsements, therefore, are at best unreliable indicators of he final vote and really should be discounted. However, to properly frame the case for popular opinion, we have to wipe them from the equation. This leads to my major point in this article: the popular vote Magic Pledged Number (MPN) is not 2024, it is 1627. Also, in this frame of reference, Obama has 1387 delegates to Clinton's 1229.5 (via wikipedia's count). What's the big deal, you ask, making a distinction between 2024 and 1627 if both their numbers lower respectively? Well, the pledged delegate majority is the best poll we can get of the popular national opinion for the candidate (given that it is, you know, the actual election part of the primary process). Also, it encompasses the argument Obama is putting forward to attempt to sway those fickle elected officials who comprise the superdelegates. More importantly, the 2024 goal combined with excluding additional superdelegates makes the race seem closer than it is and more likely to be a deadlock. Worded differently: it makes Obama's 4.6% lead seem like a pithy 3.7% lead (note: both are fairly substantial leads at this point in the race, but we're getting to that).
So that's it? A less than 1% difference? That's what I've been ranting to you about? They both still need 76% or 92.5% of remaining pledged delegates, right? The answer, of course, is no. This, in fact, is where the truly interesting part of this analysis peaks into the light: setting the expectations. Hillary needs 404.5 delegates to reach the pledged delegate majority, while Obama only needs 240. Therefore, Obama only needs to win 40% of the remaining delegates, while Clinton needs to win a whopping 67.5% to claim a majority of the popular vote. We'll call these numbers the expectation floor (EF) for the candidates, meaning not a polling expectation, but the mathematical expectations they must overcome. You may notice those numbers do not add up to one hundred, this is because they are confounded by 36.5 phantom delegates that are either committed to John Edwards or not yet assigned, so we are ignoring them for the time being. The fact remains, as things stand Obama's expectations for remaining contests are 40% to Hillary's 67.5%. Now, due to delegate math, 67.5% of remaining delegates is somewhat difficult to translate into exact votes, but let us assume a 1:1 delegate proportion to voter percentage If you run the numbers over the previous primary/caucuses, the appointments really are not far off from this assumption, in spite of all the spinster's complaints about complications. For example: say Hillary pulls out a 60-40 win (Scenario 1). Multiply the 158 pledged delegates by 60% and you get 94.8 to Clinton, leaving 63.2 to Obama. The Slate's super scientific Delegate Calculator crunches all its numbers and dishes out 95 to Clinton and 63 to Obama. Shockingly similar, eh? Makes it real easy to do in Excel too, as it turns out. Anyhow, assuming Scenario 1, Obama would have made no dent in public opinion in Pennsylvania and Hillary would have exceeded poll predictions. Assume as well an equally unlikely, but possible, 50-50 split in Mississippi. Hillary would have beat polls in both states, and should be that much closer to having this nom, according to Harold Ickes, "locked up", correct? Oh how wrong you would be. By winning beneath her EF, she actually makes it more unlikely that she will win moving forward. Specifically, at that point she would have to win 72% of all remaining delegates. Suppose she digs into Obama's demographic support again, which she has not yet currently done at all, and manages to tie up North Carolina and Indiana. Heck, say she pulls 55% out of each, against the odds (call this Scenario 1.1). She would then only have to catch 86% of the remaining delegates to get the pledged majority. After winning! You can see where this is going. This would mean Obama was pulling less than 14% of the vote (effectively netting him no delegates). Huckabee has been outperforming those odds while being all but penniless and doomed. Each time she fails to get to the expectation margin, the bar gets higher and higher until it vanishes into nothingness.
Aha, but Florida and Michigan will have a play, will they not? We cannot, in good conscious, disenfranchise those voters. They're already talking about revotes. A paltry $20 million a pop for Hillary favored primaries and it's a done deal. They can save Hillary, no doubt. All is not lost, oh mathmonger me. But do they? Let's crunch the numbers again. Adding in Florida and Michigan, the new pledged magic number is 1784. Assuming a theoretical even Mississippi split, Hillary would only have to win 63.8% of remaining delegates. Meanwhile, Barack would just have to hold onto 45% to get to the lead. Scenario 1.1 would leave her needing 65.1%. The progression is markedly slower, leading to a long, drawn out process, but the result is the same. Is there any way for Hillary to have an advantage? What if, by some crazed political miracle the delegates in Florida and Michigan get seated as they are, in spite of the massive unfairness and rule breaking? Suppose Obama gets no delegates from Michigan, since his name was on the ballot, netting Clinton 70 free delegates based on her margin as the Uncommitteds wander off into the wilderness in search of purpose. Surely, then, the math would be in her favor, after changing the rules mid-game. Wouldn't they? Well, Obama's EF would jump to 56%. Clinton, then is sitting pretty at 66.5%. All that conniving and game changing to net a 1% point decrease in her EF. Why is Obama's so much higher while Clinton's stays almost the same? Remember those phantom delegates, now totaling 94.5 (almost a whole big state!)? They now constitute a significant enough portion or pledged delegates to stop a candidate from achieving the MPN. In any event, the only real benefit from this scenario is it brings Obama down perception wise and makes it possible that he will not meet the MPN, but simply have the most delegates. And, of course, it shrinks Obama's current 150 delegate lead to around 62. Interestingly enough, Clinton's EF is smaller doing the revote in Florida and Michigan, since she did not come anywhere near meeting it the first time around in the arguably unfair contests, though it is highly unlikely she would do better the second time around. And one can assume Obama would net more than zero delegates in a second Michigan vote, keeping his EF in the mid-40's.
Fine, you say, Obama will have more delegates. But, he'll have been beaten up badly and likely will be losing a morale war, even if he'll be awash with money from swooning, delusional supporters. Never good as far as superdelegates decision making is concerned. And, of course, there is the latest Clinton trump card talking point: the popular vote. Even if she does not meet the strange, coldly logical EM number she faces, she can pull out a win in the popular vote. After all, over 27 million people voted and there is only a 600,000 vote advantage to Obama (Obama: 13,005,114, Clinton: 12,414,786 according to RealClearPolitics). Why, if you add Florida and Michigan (where Obama was not on the ballot, getting zero votes, which will never, in the Clinton camp's wildest dreams, be considered a valid line of argument, especially if she is still behind in delegates), she actually manages to squeak ahead in votes, by a whole 30,000! In any event, and ignoring the glaringly obvious problem that Nevada, Iowa, Maine, and Washington, the first of which was a close contest and the last three are fairly populous, all having voted for Obama by big margins, have not released popular vote totals. This means they are not included in any popular vote total you may see (go ahead and check if you don't believe me). It is entirely possible Obama's lead is in the range of a cool million votes, but I digress. Let us not jump to conclusions and assume a 600,000 vote difference, based on the numbers we have. Now then, how to estimate the total number of voters in upcoming states to establish a reasonable EF for Hillary to make up in this regard? None of the upcoming states have voted in recent primaries, and this year has been all about records. So, in the spirit of fairness, I went ahead and took the 2007 US Census estimates for state population totals, assumed 80% of people would be eligible to vote, and that 25% would vote in these upcoming primaries. Keep in mind, 27% was the highest primary turnout among all eligible voters (not just Dems or Rs) and that was in 2004. But these are record breaking years, Dems have outnumbered Rs in almost every race, etc. If you doubt my estimates consider it this way: if this methodology were applied to the states that have already voted so far, the popular vote totals would be 55 million people thus far, more than twice the actual number, so I think everything is covered by a safe margin of error (one that will prove in favor of Hillary Clinton) in this hypothetical. Using this extremely bold estimate, actual voter turnout in the remaining states (and Puerto Rico) would be 8,667,123 people. To make up the 600,000 vote deficit, Hillary would have to win a 7% point margin above Obama in every remaining contest, or an EF of 53.5%. In all likelihood, this will not happen. If you remove from the equation the Obama favored states of North Carolina, Oregon, South Dakota, and Montana, meaning they pull a 50-50 popular vote split, that margin increases to 10.5%. This is, of course, much more achievable than beating her EF for pledged delegates, but these estimates are best case scenario, with likely record breaking turnout increases of 400% or so. And it is still highly unlikely that this outcome will happen in even the rosiest of scenarios. Not to mention, if Clinton just barely squeaks out a popular vote total, while losing overall delegates, she still does not have a very good case to make.
So what do all these numbers mean? Essentially, they point out that the best hope for Hillary Clinton to win the election is for Barack Obama to be struck by a meteorite, so long as it kills him and does not grant him any (more?) superhuman powers. Beating her EF of 67.5% in all states is an outlandish proposal. The only election she's done that so far was in Arkansas, her sort of home state. She was just shy of that margin during her incumbent run for Senate in NY (for those not well versed in Senate elections, incumbents nearly always win and its rarely a contest). More than likely, even if everything went Clinton's way, she would be down in both pledged delegates and popular vote. As far as I am concerned, by the way, given than 3 of the 4 states not reporting vote totals fell huge for Obama, pledged delegates are the most accurate representation of the will of the American people we have available. The purpose of this post was to portray this fact as accurately as possible, and define the terms anyone truly interested in the popular opinion should look to.
If these figures seem unfair to Hillary Clinton, when, "the people have not all yet spoken," I encourage you to remember that there are only 11 contests left, with 43 having already been decided. The people HAVE spoken. They have with enough of a margin where if this were an election night, it would already have been called by every network weeks ago. This is not, however, a call for Hillary Clinton to step down. How she proceeds at this point in the face of seemingly insurmountable odds is her right. I may feel it is damaging to the party, or a waste of money, or any number of things, but it is not incumbent upon her to step down. She has come very far and deserves to be heard, when she says rational things at least. Nor do I feel this is a good excuse for Obama or his supporters to take it easy or rest on their laurels. If anything, that was the cause for his receding support in the days leading up to last Tuesday. The 50 state strategy is proving to have some good coattails, just look at Bill Foster in Illinois or the SurveyUSA numbers, and we cannot afford to have a weakened or lazy candidate walking out of this primary whenever it is finally called. I do feel like this should be a message to the superdelegates to put pressure on Clinton to stop the negative attacks and outright character assassination she employs against Barack Obama, in her ridiculous effort to bring about what, at very best, amounts to a shady backroom deal behind closed doors, defying the will of the people. To stop the open endorsements of John McCain over Barack Obama. To stop the accusations of falsehood regarding his positions on NAFTA and the Iraq war that he has stayed consistent on for years and has no reason to lie about. To stop the claims of impropriety in regards to Tony Resko when she herself has a laundry list of shady donors that includes the very same individual and several of his Co-defendents. To stop the bitter infighting on the trail while giving John McCain leave to sneak into the White House and swap the locks on the doors.
DailyKos (antes do Mississipi)
Porque é que Obama já ganhou (um contributo para a péssima cobertura jornalistica das eleições dos EUA)
Hillary, it's time to pull the plug on yourself by Robert (Dailykos)
After the Mississippi primary tonight, here are the numbers:
There have been 45 contests to date. Michigan and Florida are NOT included in this number as they either have yet to be decided or, as I feel should happen, will be excluded for violating DNC rules agreed to by the candidates. I count the Texas primary and Texas caucus as separate contests; consider it a charitable move in Hillary's favor. (Obama won more delegates in Texas.)
So here's what we have in those 45 contests:
RobertInWisconsin's diary :: ::
In 45 contests to date, Obama has won 30 of them, Hillary 15.
Of Obama's 30 wins, he has received 60 % or more of the vote in 18 of them; and in 24 of the 30 he has received 55 % or more of the vote.
Hillary has received 60 % or more of the vote exactly once in 45 contests.
It is frankly embarrassing to her campaign that she has received 40 % or less of the vote in 25 of 45 contests. That is mind-boggling. Further, she has dipped below 35 % a whopping 16 times.
Obama has about a 165-delegate lead in the pledged delegates. He leads by about 133 in overall delegates. Both may go up further after the dust settles in recent contests.
Obama leads in the popular vote by nearly 900,000 after tonight's results. Even if you include Florida (which you should not), Obama leads by more than 500,000.
It's time to come right out and say it: There is no way Hillary can win the nomination without outright stealing it.
It's time to shut this thing down.
Hillary needs to do the right thing for once, and withdraw.
Barring that miracle, Bill Richardson needs to get off his fanny and do exactly what he said he'd do last week - endorse the person who has more delegates post-March 4. Al Gore and John Edwards need to hold a joint press conference tomorrow to endorse Obama and say to Hillary in front of the world, 'It's over.'
Obama needs to pull that 50-superdelegate card out of his back pocket and play it for the world to see.
Enough is enough, because if you think the Clintons have sunk to the lowest depth with Geraldine Ferraro's Strom Thurmond imitation the last couple days, you have another thing coming.
Look, the handwriting isn't just on the wall. It's on the floor. It's on the ceiling. It's on the chimney, the stairwell, the front door, the windows, the back door, and it's on the garage.
The handwriting is in blinding neon in 100-foot tall letters.
45 contests have been decided. 2 broke the rules and the rules ought to stand. Only 10 scheduled contests remain. Hillary will be fortunate to win half of them. Obama's worst-case scenario is that he will win half of them and after all ten remaining contests, it's most likely that Obama will hold a comparable lead in pledged delegates, overall delegates, and an advantage in the popular vote very similar to today.
It's time to face the music, end the drama, shut it down, and let's move on already.
After the Mississippi primary tonight, here are the numbers:
There have been 45 contests to date. Michigan and Florida are NOT included in this number as they either have yet to be decided or, as I feel should happen, will be excluded for violating DNC rules agreed to by the candidates. I count the Texas primary and Texas caucus as separate contests; consider it a charitable move in Hillary's favor. (Obama won more delegates in Texas.)
So here's what we have in those 45 contests:
RobertInWisconsin's diary :: ::
In 45 contests to date, Obama has won 30 of them, Hillary 15.
Of Obama's 30 wins, he has received 60 % or more of the vote in 18 of them; and in 24 of the 30 he has received 55 % or more of the vote.
Hillary has received 60 % or more of the vote exactly once in 45 contests.
It is frankly embarrassing to her campaign that she has received 40 % or less of the vote in 25 of 45 contests. That is mind-boggling. Further, she has dipped below 35 % a whopping 16 times.
Obama has about a 165-delegate lead in the pledged delegates. He leads by about 133 in overall delegates. Both may go up further after the dust settles in recent contests.
Obama leads in the popular vote by nearly 900,000 after tonight's results. Even if you include Florida (which you should not), Obama leads by more than 500,000.
It's time to come right out and say it: There is no way Hillary can win the nomination without outright stealing it.
It's time to shut this thing down.
Hillary needs to do the right thing for once, and withdraw.
Barring that miracle, Bill Richardson needs to get off his fanny and do exactly what he said he'd do last week - endorse the person who has more delegates post-March 4. Al Gore and John Edwards need to hold a joint press conference tomorrow to endorse Obama and say to Hillary in front of the world, 'It's over.'
Obama needs to pull that 50-superdelegate card out of his back pocket and play it for the world to see.
Enough is enough, because if you think the Clintons have sunk to the lowest depth with Geraldine Ferraro's Strom Thurmond imitation the last couple days, you have another thing coming.
Look, the handwriting isn't just on the wall. It's on the floor. It's on the ceiling. It's on the chimney, the stairwell, the front door, the windows, the back door, and it's on the garage.
The handwriting is in blinding neon in 100-foot tall letters.
45 contests have been decided. 2 broke the rules and the rules ought to stand. Only 10 scheduled contests remain. Hillary will be fortunate to win half of them. Obama's worst-case scenario is that he will win half of them and after all ten remaining contests, it's most likely that Obama will hold a comparable lead in pledged delegates, overall delegates, and an advantage in the popular vote very similar to today.
It's time to face the music, end the drama, shut it down, and let's move on already.
quinta-feira, março 06, 2008
Já não escrevo há tanto tempo
Ando aqui entre o horror do Bardem a vir-se enquanto estrangula um polícia e a virginal Kira. Ando entre o Anton Chigurgh e a sua máquina de ar comprimido e um vestido verde mesmo bonito. Quase tão bonito como os vestidos que a chinesa do in the mood for love usava. Ando entre o horror e a beleza. Entre a expiação e a impossibilidade dela. Entre a maldade, o destino e a felicidade ali mesmo à mão. Ando um bocadinho como o mundo.
Tantas coisas
Gosto de jogar à bola em Campo de Ourique. Primeiro, porque jogava ali quando era miúdo e o campo ainda era um pelado que nos enchia de pó e infectava as feridas das caneladas que aguentávamos estoicamente sob pena de passar por fracos. No dia do D. Bosco era o campo (de futebol de onze, um luxo) dividido por cinco campos e todos equipados a preceito (havia uma camisola inglesa que era a que eu mais gostava - branca, mal cheirosa, com a bandeira de sua majestade nos ombros). Ali, naquele campo, que agora é um sintético para dezasseis wouldberonaldos, não se mudava aos cinco e acabava aos dez: começava-se às nove, mudava-se à uma e acabava-se às cinco da tarde. Aquele era o campo da esperança. Uma coisa tipo Obama em que quem ganhasse o campeonato, podia chamar a atenção do senhor António (um goense cheio de nobreza e mãos àsperas que também nos dava aulas de trabalhos oficinais). E se o senhor António Silva (obrigado, querido leitor) nos pusesse a jogar no Desportivo Domingos Sávio ainda podíamos ser como o José Carlos, o lateral direito que jogava no Benfica e começara a carreira naquele pelado de Campo de Ourique. Sim, queríamos ser como o José Carlos, queríamos que o Gabriel Alves dissesse de nós, como reza a história que disse do José Carlos, "lá vai José Carlos no seu estilo inconfundível...Não desculpem, afinal é Vítor Paneira...". Essa campo obamiano - yes, we can - era o palco (que metáfora tão feia) dos miúdos ricos da melhor escola de Lisboa. Porque os ricos - lá em Trás-os-Montes diziam-me que eu não casava com as vendimeiras porque era rico - também têm sonhos. Os sonhos que já não temos quando agora, por brincadeira, com muito mais mau génio e barriga, nos divertimos todas as quarta-feiras fazendo diagonais à Rui Costa.