Esquecer

1) Pete Doherty, o mais global dos junkies, dá uma entrevista ao Sunday Times. Diz que aos 19, 20 anos a heroína e o crack ainda não o dominavam. Só se importava em saber se a sua canção era boa, se esta ou aquela rapariga ia dormir com ele ou se o Queens Park Rangers ia ganhar ou perder. Sete anos depois, o namorado de Kate Moss fala da impossibilidade do esquecimento: "As drogas não funcionam. Nem sequer te fazem esquecer - só momentaneamente, porque se algo é tão doloroso assim, nada vai fazer-te esquecê-lo".

2) No dia em que foi a tribunal defender-se de sete acusações de posse de droga, um fã deu-lhe uma caixa de jogadores de subbuteo equipados com as cores do QPR. Outros que recusam esquecer Pete Doherty: "O meu pai não fala comigo. Proibiu-me de entrar nas instalações militares onde vive. A minha mãe vem ver-me uma vez ou outra; ela ama-me. Ela diz que está orgulhosa de mim, mas a verdade é que tem o coração partido."

3) Reg Thompson escreveu e publicou o diário que iniciou depois da filha adolescente morrer num acidente estúpido: "Algumas vezes pergunto-me porque escrevo este diário. Estou a escrevê-lo para te manter viva perto de mim ou para manter um registo de todas as coisas que fizeste e todos os tempos que passámos juntos? Eu penso que, essencialmente, estou a tentar ajudar-me a mim mesmo, mantendo-me em contacto contigo, não deixando que te vás embora. Amo-te. Vou levar-te sempre comigo e a tua luz nunca empalidecerá." O diário confirma que se trata de não querer esquecer: "O tempo faz-te desaparecer. Não dos meus pensamentos ou do meu coração. É a tua presença física que se torna mais difícil de recordar".

4) O mesmo pai diz: "O meu coração está partido por ti. Por todas as coisas que não farás". Só quer esquecer-se do que nunca será.