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Agora a sério e saindo um pouco do provincianismo cá do burgo: o boom de apostas na Inglaterra ajudou a um crescimento de 20 por cento na lista das maiores fortunas inglesas. Metade das novas entradas para a lista de milionários que valem mais de 500 milhões de libras está relacionada com o negócio do jogo. O casal Ruth Parasol e Russel De Leon, que costumavam operar um linha erótica, é uma das novas entradas para a tabela. Estão em 17º na lista do Sunday Times e têm uma fortuna estimada em 2.016 biliões de libras. São proprietários de um site de poker online chamado PartyGaming. Ganham um dólar por cada cinco jogados no seu casino virtual. Outras entradas na lista são de americanos que sediaram em Gibraltar os seus sites de apostas (ao que entendo, estes sites são proibidos nos EUA). Victor Chandler vale 500 milhões de libras e os três maiores acionistas da Betfair - Andrew Black, Ed Wray e Richard Koch - valem em conjunto outros 500 milhões de libras. Peter Coates costumava vender tartes no futebol. Abriu com a filha uma companhia de apostas desportivas - BET365- e agora vale mais de 125 milhões de libras.Em Inglaterra jogaram-se 50 biliões de libras no ano passado, o equivalente a 800 libras por cada homem, mulher e criança. Pode-se apostar em casas de apostas, casinos, lotaria, corridas de cavalos, televisão e internet. O governo é tão voraz pelas receitas como os proprietários dos negócios. Blair já concordou em construir um supercasino e 16 casinos de menor dimensão. O Exército de Salvação estima que existam 370 mil ingleses com problemas de jogo. O jogador inglês Rooney ficou a dever mais de 700 mil libras em apostas. Resumindo: as críticas ao senhor Stanley Ho, mesmo as endereçadas pelos mais fanáticos anglófilos, são sempre bem-vindas. Mas também seria bom entender que a causa é um pouco mais funda que as trapalhadas de qualquer Santana Lopes de ocasião. Chama-se liberalismo.