sábado, maio 20, 2006

A propósito de brócolos, elucubrações e outras merdas assim

O João Ubaldo Ribeiro tem um conto excepcional onde se debruça sobre as questões gramaticais.´No seu pequeno texto explica que há "palavras impossíveis de publicar na imprensa diária". Assim "à saciedade só sai à sociedade"; "cesura" sai "censura"; "guerras intestinas" sai "guerras intestinais" e "pluripartidismo" sai sempre "pluripartidarismo". O escritor explica ainda que o "verbo "chamar-chamar" carece de estudo ("ninguém ao discar o telefone e não encontrar resposta do outro lado, diz «chama e ninguém atende» Invariavelmente, diz «chama-chama» e ninguém atende". Outro verbo "desprestigiado" é o verbo coisar. Confessando-se como um "indivíduo mecanicamente inepto", Ubaldo sublinha que não poderia sobreviver sem o extraordinário verbo: "tendo de coisar o como-é-que-é-o-nome do aparelho de som e pedir ao técnico que coise por favor o negócio que faz a imagem da tevê ficar coisando o tempo todo".