terça-feira, abril 04, 2006

Alcoolemia

O Governo de José Sócrates, caso não avance de facto com uma redução do limite legal de alcool no sangue permitido aos automobilistas (0,49 mililitros por litro de sangue), sofre um sério revés político.

Pode argumentar que tal nunca esteve previsto. Que tal não se justifica. Que a sinistralidade rodoviária até está a diminuir. Que as declarações do secretário de Estado Ascenso Simões foram empoladas extrapoladas extraviadas desviadas desvirtuadas ou sei lá mais o quê pelos jornais.

Mas ter trazido o assunto para cima da mesa, ter garantido que agora é que é, porque este Governo (ao contrário do tíbio Guterres, entenda-se) é corajoso, não recua etc e tal... para vir uma semana depois meter a viola no saco (ou o vinho no garrafão), não se aceita.

Nas estradas portuguesas vive-se uma guerra civil há décadas. Não há quem dê um murro na mesa sem estar motivado por uns copitos a mais ao almoço? Porra, será que os socialistas não têm mesmo emenda?

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Podia começar por controlar o nível de alcool de que projecta e constroi as ditas estradas!

Há de tudo: sub-dimencionadas, junção de vias rápidas no mesmo ponto (ver CRIL na BUraca para Algés onde se juntam IC19, Saída da 2ª Circular, e no futuro a própria CRIL), curvas com o relevé ao contrário etc.

12:06 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Em compensação, a reportagem sobre o nosso grande PM em Angola saiu melhor do que a encomenda.
Como diz o RMD no Aspirina, maior fellatio jornalístico não é fácil...

4:49 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro Martim,
Com toda a amizade, dizer que o Governo sofre um enorme revés se não fizer aprovar a redução da taxa de alcoolemia parece-me um esforço brutal para tentar encontrar um revés para o Governo...
1. Essa medida não consta do programa de Governo.
2.O que o secretário de Estado Ascenso Simões disse foi que, havendo um problema - dos 1094 mortos nas estradas portuguesas em 2005, 667 estavam alcoolizados acima do que a lei permite - esse problema não poderá ser simplesmente ignorado. Disse que «a fiscalização tem de apertar». E disse que, se essa tendência se mantiver, se não houver um contributo dos produtores e importadores de bebidas alcoólicas para ajudar a combater essa tendência, então a questão da alcoolemia poderia voltar à agenda. Rigorosamente, foi isto que foi dito. Ou seja, nunca se falou em nenhuma proposta nessa matéria, nem se quantificou, nem nada. O ministro da Agricultura limitou-se a constatar uma evidência: essa não é uma questão que esteja na agenda.
3. Sabe-se lá porquê... por extrapolação, chamemos-lhe assim por facilidade, conseguiu difundir-se que o Governo iria apresentar uma proposta nessa matéria. E mais: que as declarações do secretário de Estado e do ministro revelariam uma «guerra» no Governo. Mas isso, como convirás, já são outras guerras.
Um abraço, com a amizade do DM

5:08 da tarde  
Blogger inês said...

também não me parece que a redução do limite de álool no sangue seja solução. antes disso (e porque o civismo nas estradas ão vi a bem), ha ainda muita sinalização a corrigir, muito ponto negro a eliminar e muita fiscalização fazer.
a taxa de 0,5 não corresponde a muito álcool no sangue. precisa é de - como tudo - ser cumprida!

bjs

6:26 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Como uma vez escreveu um amigo meu a este propósito: "Vai uma sangria?"

2:01 da manhã  
Blogger maloud said...

Deixemo-nos de disparates. O problema não está na taxa, mas nos que ultrapassam a taxa, nos que ultrapassam o risco contínuo, nos que andam ao contrário nas auto-estradas. O Ascenso que ganhe juízo e que se cale.

8:43 da tarde  

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