Jornalismo

(para o Adelino, meu amigo há muitos e bons anos)
Eu tornei-me jornalista por um motivo puramente egoísta: era a única profissão do mundo onde não me chateavam por estar a ler jornais durante todo o dia. Por outras razões pessoais - uma extraordinária e disfarçada timidez juvenil - li a maior parte dos livros importantes da minha vida até aos 20 anos. A última década tem sido dedicada quase por inteiro à leitura, em quantidades industriais, de jornais e revistas.
Este livro, indicado pelo André Macedo há uns anos, permite-me ler em versão condensada as melhores histórias do jornalismo norte-americano. O volume dedicado a 2005 tem peças tão extraordinárias como a história do homem inocente que passou 20 anos na cadeia de segurança máxima de Angola (EUA) ou o relato de uma estadia prolongada de três homens no espaço. Tem ainda a extraordinária história da parceria entre o músico Johny Cash e o produtor Rick Rubin; um perfil do homem que pensava que era urso; um ensaio sobre a actualidade da origem das espécies ou mesmo uma reportagem sobre a blogoesfera. Um livro sobre pessoas. A outra razão pela qual me tornei jornalista.