quarta-feira, fevereiro 15, 2006

O embaixador do Irão é um homem indigno

(Este post foi dos primeiros que publiquei. Parece-me apropriado republicá-lo face às indignidades que têm sido ditas sobre o holocausto. Esse biltre iraniano devia ser obrigado a sair deste país. Hoje )

As histórias simples fazem os meus dias. Uma revista do Le Monde, semana entre 8 e 14 de Janeiro, publica um artigo chamado "Marqués à Vie". A ilustração do dossier é feita através de fotografias de vários judeus a mostrarem os números tatuados na pele pelos nazis. Podem ver-se as duas irmãs Goland, ou melhor os números 80592 e o número 80593. Uma não se importa de mostrar a tatuagem, a outra não gosta. Henri Gouraier, o 161397, ensina-me algo que eu desconhecia: as tatuagens não são permitidas na religião judia.Também aprendi que só se tatuava no campo de concentração de Auschwitz ou nos campos sob sua directa administração (Birkenau, Monowitz) .Os não-judeus também eram tatuados. Por vezes levavam com dois ferros: um na clavícula e outra na face interna do braço direito (ao contrário dos judeu que eram grafados na face externa do antebraço esquerdo). Muitas vezes o número era antecedido de uma letra. L de Laiche (cadáver), Z de Zigeuner (cigano) e ZW de Zwillinge (para os destinados a experiências médicas). Os arianos eram estampados com um A.Mais detalhes: todos eram tatuados por ordem alfabética mas os irmãos e irmãs levavam números seguidos. Quandos as agulhas eram demasiado grossas os números ficavam mais claros e de vez em quando, por erro, refaziam-se os números.As reacções, 60 anos depois da libertação, também são diferentes. Um dos judeus entrevistados diz que quando lhe perguntavam o que significava o número, já depois da guerra, apetecia-lhe dizer que era o seu telefone. Outro conta que durante um jogo de tômbola quis dizer o número do seu cartão, mas, inconscientemente, saiu-lhe da boca o número tatuado. O mais azedo de todos conta uma história arrepiante. Um dia na praia alguns turistas alemães pediram-lhe para brincar com os filhos. Ele recusou e, mostrando o braço, disse-lhes: "Vocês vêem este número?"

(Janeiro de 2005)

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A liberdade de expressão é só para autores de medíocres cartoons? Mesmo iraniano, mesmo embaixador, o homem tem direito a dizer o que pensa. Ou já chegámos à Madeira?

9:59 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

...por favor, tirem-me deste filme ! Os 2 Post, anteriores ao meu, devem ser de 2 ( não há palavras)..estão fora da graça de Deus.
Kaiser

4:41 da tarde  

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