O debate
Não foi D. Afonso Henriques escolhido pessoalmente por Deus para o extraordinário desígnio da reconquista? Não foi este o país que deu mundos ao mundo? Não somos, pelo menos na pena do Padre António Vieira, os inventores do V Império? Não somos os sempre afortunados que gastaram a herança brasileira no palácio de Mafra? E não somos ainda os filhos de Salazar e das suas prometidas e vãs glórias ultramarinas? Não somos também os pontas de lança do marxismo e do capitalismo, ora hesitando entre cumprir o desígnio de ser Moscovo à beira-tejo ou, agora, o de ser a nova Califórnia da Europa? Infelizmente, somos também o país que perdeu o império, que recebeu os espanhois aliviado, fugiu dos franceses e foi ultimado pelos ingleses. Somos o país do ditador que quase morreu de velho e dos cravos que murcharam. Somos o país dos que esperam D. Sebastião. O Portugal bipolar que não quer, nem sabe, sair do seu labirinto da saudade.
(actualizado)
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1 Comments:
e qual é o problema? desde que cada qual possa escolher a sua saudade pouco interessa o "portugal" de todos os desígnios de modernidade, não é assim?
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