quarta-feira, outubro 05, 2005

Manuel Alegre

Diz que se candidata para romper o espartilho partidário. Supõe-se que o mesmo espartilho que esperou durante meses que o apoiasse, mas que agora já é mau e obscuro.
Se o deputado-poeta quer levar o argumento de candidatura anti-sistémica até ao fim, e ser consequente (única forma de poder ser levado a sério), então tem de imediatamente deixar o seu lugar de deputado à Assembleia da República. É que só lá está por ter sido eleito nas listas do... PS (sim o mesmo aparelho tenebroso que não presta) pelo círculo de Lisboa, onde estava como número dois de Jaime Gama.
E concerteza que o anti-sistémico Alegre já renunciou ao seu lugar de conselheiro de Estado (órgão consultivo do Presidente da República), para o qual foi eleito pela Assembleia da República, numa lista fechada apresentada pelo PSD e pelo PS (sim, o tal do espartilho à democracia).
Estamos à espera!!!

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

FIM DO ESPARTILHO CORPORATIVISTA

«Promover a convergência gradual dos regimes de início do direito à aposentação dos funcionários públicos com o de início do direito à pensão de reforma dos trabalhadores por conta de outrem;»

Isto é o que consta do programa eleitoral e de governo. Durante a campanha eleitoral Sócrates, em debates na TV, disse claramente que iria alterar a idade de reforma dos FP e que iria atacar os regimes especiais que protegem certos grupos corporativos. Só que os professores julgavam que ele se estava a referir aos médicos e farmacêuticos; estes julgavam que ele se referia aos juizes e magistrados; estes últimos julgavam que se referia aos políticos; estes julgavam que ele se referia apenas a polícias e militares; estes últimos julgavam que ele se referia apenas a gestores públicos; e estes julgavam que ele se referia aos que tinham direito a reformar-se com apenas 50 ou 55 anos de idade...
Cada um destes grupos esqueceu-se de olhar ao espelho e de olhar para o espelho da maioria dos portugueses...

Ora bem, Sócrates está a distribuir a factura por eles todos, os que têm regimes especiais, como bem disse na sua campanha eleitoral. E os do sector privado e os da FP que não têm regimes especiais batem palmas e apoiam a cem por cento estas reformas que pretendem acabar com a bandalheira dos regimes especiais e má distribuição dos rendimentos que existiu até agora. E não se julgue que é só no sector privado que Sócrates tem o seu maior apoio, porque dentro da FP há muita gente que o apoia também, pois não pertence a nenhum hipócrita ou falacioso regime especial.

Até agora, Sócrates só não cumpriu uma promessa eleitoral: o aumento do IVA. Falha que ele já assumiu publicamente e que apenas foi devida a que o orçamento de Bagão Felix estava desorçamentado do lado das receitas em cerca de 5,5 mil milhões de euros. Isto é, o OE de 2005 assumiu compromissos para os quais faltavam 5,5 mil milhões de euros para que se pudessem cumprir esses compromissos, sobretudo em matéria de Saúde e de prestações sociais (pensões de reforma, fundo de desemprego, etc.). Daí o défice subir para 6,8% do PIB neste ano de 2005 se algumas correcções não tivessem sido tomadas no Orçamento rectificativo aprovado na AR e no PEC, aprovado em Bruxelas. Facto ainda não desmentido por Bagão Felix, já que se soube depois das eleições que o próprio Bagão Felix teria dito a Santana Lopes que o défice real de 2005 ultrapassaria os 6% do PIB.

Até agora Sócrates está a fazer uma excelente governação, com reformas de fundo que já deviam ter sido feitas antes, mas que ninguém teve a coragem de fazer.

Finalmente temos Primeiro Ministro e temos um Governo para salvar Portugal. O que lhe poderá custar votos, mas que salva Portugal da bancarrota.

Os eleitores não são parvos, e verão dentro de dois ou três anos os benefícios destas reformas de fundo.

Eu, que não sou socialista, já vi que este é o caminho correcto e que devolve a esperança à maioria dos portugueses.

11:57 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Ao anónimo do fim do espartilho corporativista.
Durante todos os anos de desconto ninguém me perguntou se eu queria entregar o dinheiro ao Estado ou se preferia fazer um seguro privado para a reforma. Não! Ficaram com o dinheiro, desbarataram-no, investiram-no mal, agora não têm fundos e toca a alterar as regras acordadas no início da carreira. Durante 30 anos os nossos descontos serviram para sustentar maus investimentos e os políticos que nos governam alternam entre si, mas são sempre os mesmos.

12:47 da tarde  
Blogger Bart Simpson said...

não lhe ficava mal renunciar, mas julgo que isso é apenas um pormenor. o mais lógico é Alegre nunca mais ser visto com bons olhos dentro de PS. Mesmo que ganhe as eleições.

4:05 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

É isso mesmo, tia maria! Só papalvos engolem o chavão dos "corporativismos". Curioso: ninguém fala nas verdadeiras grandes corporações privadas, sobretudo a banca, que muito dá a mamar aos políticos da linha do Sócrates.

6:52 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ora aí está o começo de uma recuperação da crise. A bolsa de Lisboa atingiu ontem máximo desde Julho de 2001!!!

As reformas de fundo de Sócrates começam a convencer os investidores de que agora é mesmo a valer. E a OTA, antes de estar sequer decidido, já está a movimentar grossos investimentos no centro do país. Como sabemos bem que os investidores na bolsa antecipam os acontecimentos em cerca de um a dois anos, aqui temos a melhor notícia.

E isto acontece apesar da economia europeia ainda não dar sinais de melhoria sensível. Mas como Sócrates vai à frente da carruagem a apontar o caminho das reformas, mesmo a nível europeu, não admira esta reacção da bolsa de Lisboa dos últimos meses.

Quem quiser fazer dinheiro na bolsa dentro de um ou dois anos, é agora a altura de comprar.

Como disse o candidato Mário Soares, Portugal tem futuro. E com esta equipa governamental também acredito que sim. Vem aí um pacotaço de investimentos

9:38 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro anónimo,

"este é o caminho correcto e que devolve a esperança à maioria dos portugueses".

Quanto á esperança, os índices de confiança falam por si.

Quanto ao caminho correcto, talvez fosse de aplicar as medidas imediatamente a todos os gestores publicos, políticos no activo e chulos em geral. Ao excepcionar os beneficiários imediatos do regime, Sócrates só lançou mais uma acha para a fogueira do descrédito do regime e da falta de coragem politica e pessoal.

O seu comentário optimista - que só à segunda leitura percebi ser a sério, pois pensei estar perante um obra prima de ironia, do tipo do Conde de Abranhos - faz lembrar o fim da crise de Santana Lopes ou o ministro da Informação do Iraque.

Quanto ao post,

Manuel Alegre só tem mesmo que assumir a roptura com o aparelho partidário (não o partido) que o sacaneou.

A coerência ea verticalidade premeia sempre.

O grande problema é que a coerência regra geral obriga a passar fome.

3:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Somos governados por ininputáveis!

Ainda temos de aturar gente que já devia estar reformada!

Quanto aos optimistas... nem digo nada, apenas isto: foi esse tipo de pensamento cego que os põs lá, a governar.

Salvador, o Socrates? Só se for dele e dos seus comparsas que vão arranjando tacho todos os dias: Armando Vara, Ferro Rodrigues, Fernando Gomes entre outros – ainda estou para ver para onde vai o Jorge Coelho, às tantas para a frente do projecto da OTA, onde se infelizmente avançar, vão correr milhões!

Em Portugal faltam duas coisas: vergonha e prisões!

8:25 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O Soares já lá esteve. Não nos ajuda voltar ao passado. Solução nova só Alegre

12:19 da manhã  

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