quinta-feira, janeiro 27, 2005

Margens de Erro

O Pedro Magalhães esteve ontem no Clube de Jornalistas, da 2, dedicado aos comentadores-políticos-analistas-spin doctors-e-afins do nosso espaço mediático. Pelo meio levantou um tema interessante, que é o de cada vez mais, na imprensa (era aos jornais e revistas que se referia, penso eu), a matéria noticiosa aparecer confundida e interligada com matéria opinativa.
O alerta é interessante, embora nem seja particularmente original. Não tenho sobre isso tese definitiva.
Agora, gostava de lembrar que perante uma voragem mediática e noticiosa em que tudo acontece a correr, talvez se torne incontornável, e é seguramente compreensível, que o jornalismo noticioso se preocupe cada vez mais em não se limitar a dar a informação pura e dura, mas tente dar o passo mais além e a contextualize. A embrulhe e a explique de forma a permitir ao leitor uma grelha de análise mais completa.
Se quando o ministro A diz uma coisa o jornalista não se limitar a reproduzir mas estiver atento e lembrar as declarações anteriormente proferidas, e eventuais contradições aí existentes, alguns se levantarão logo a dizer que está a opinar.
Se o jornalista escrever não o que ele disse mas o que ele queria dizer ao dizer o que disse, e porque disse o que disse, com que intenção e propósito, visando que propósitos, logo outros vociferarão que aqui d'el rei o jornalista está a meter foice em seara alheia e até é do contra.
Dirá o Pedro que não é a isto que se referia. Mas isto também acontece e não tão poucas vezes quanto isso. A linha é ténue. Dizer que o político (a palavra pode ser aqui substituida por qualquer outro objecto de análise noticiosa) entrou em contradição, meteu o pé na argola, deu um passo em falso, falou sobre o que não sabia, é ou não opinião? E se for sustentado? (tem aliás de o ser, senão é simplesmente um disparate e erro).
São achegas, não conclusões...

1 Comments:

Blogger FTA said...

Bem visto

FTA

4:54 da tarde  

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