A lição do tapete

Santana vê todos os dias o chão fugir-lhe debaixo dos pés (ou os aviões levantar vôo sem que possa recostar a cadeira e saborear o passeio) e os seus grandes amigos tirarem-lhe o tapete com uma pinta.

A Comissão Europeia (a de Durão, o inseparável do PSL, lembram-se?) fez um manguito às habilidades contabilísticas do nosso primeiro-ministro, a dez dias do fim do ano. Habilidades estatísticas em que o próprio Durão se tinha especializado nos dois anos anteriores. Enfim... Faz aos outros o que não gostavas que te tivessem feito a ti (máxima tirada e adaptada do Livro Vermelho que Barroso em tempos decorou).

Ao mesmo tempo, o ministro Bagão (o competentíssimo Bagão do Portas, como o RCP-que-adora-bater-mais-forte lembra a propósito) acaba por sair pela esquerda baixa de um Governo por onde entrara pela direita alta. Entradas de leão... Corrijo, entradas de lampião, saídas de...

E a Banca, a tão certeira Banca (não há melhor indicador para se perceber a dois meses de distância quem vai vencer as eleições) dá provas de uma incontida confiança no ainda Governo-que-temos dos srs. Santana, Portas e Bagão. Ao subir um pontinho no juro previsto para a operação da venda-aluguer-cessão-ou-lá-o-nome-que-lhe-ponham, inviabilizou a manigância.
Os tempos mudam: aproveite e se tem Sócrates no apelido corra já para o seu banco que, por estes dias, é garantido que será recebido no private e terá direito a tratamento vip.