terça-feira, novembro 30, 2004

Não nos incubem mais

Pululam dois argumentos quando se fala da putativa realização de eleições antecipadas (quer seja para as defender, quer para as afastar): a instabilidade do Governo; e a maior ou menor vontade e preparação do PS para avançar para a luta eleitoral nesta altura.
De ambos os lados, acho os argumentos inacreditáveis.
Então na ponderação para uma dissolução da AR deve estar o estado de saúde (lá volta a incubadora) do maior partido da oposição? Onde é que está isso na Constituição?
Por outro lado, não percebo como é que se pode clamar por eleições por este Governo ser mau. É que se o critério de demissão ou continuação de um Governo fosse a sua qualidade ou a da sua acção, valha-nos Deus que em Portugal desde o tempo de D. Maria que mudavam os Executivos a cada 15 dias.

Por fim, para haver legislativas antecipadas seria preciso uma decisão de Jorge Sampaio. Mesmo que, por absurdo, a figura conseguisse tomar tal iniciativa, eu é que não confiaria no seu julgamento. Dali só sai um nó cada vez mais apertado.

Por favor, não os deixem trabalhar que eles só atrapalham.