terça-feira, junho 13, 2006

Portugal

Felizmente ainda vivemos no único país do mundo que fica deprimido quando a selecção ganha mas joga mal à bola. Afinal, rico elogio, nós somos o Brasil da Europa. É até engraçado constatar o saudosismo que sentimos quando não temos a oportunidade de ver bons jogadores trocar a bola durante horas sem concretizar. Quando não temos a fortuna de ver a selecção trocar golos feitos por toques de calcanhar ou mais uma finta desnecessária. O meu prazer, não sei se é o vosso, é o flirt. A selecção, generosamente e até à data, tem assegurado que eu nunca chegue à cama.
Passemos ao particular: eu, por exemplo, discordo inteiramente das críticas ao Cristiano Ronaldo. Não tenho feitio de Nistelroy e vejo nele um jogador que parte para cima do adversário para o sentar; para o fintar, como o Garrincha, mesmo que a bola já esteja fora do campo; para fazer centros à Maradona em vez de se limitar a centrar a bola como o Beckham. O meu problema, para ser claro, não é que o Cristiano Ronaldo exagere. O meu problema é que os Nuno Valentes, Caneiras, Ricardos Costas, Fernando Meiras, Petits e Boas-Mortes deste mundo não sabem exagerar. E só não acrescento o Postiga à lista por causa daquele penalty de paradinha contra a Inglaterra.