terça-feira, fevereiro 21, 2006

Post sobre patinagem



(dedicado ao Luís Carmelo, meu professor)
Hoje os adeptos da patinagem no gelo terão um sério dilema a resolver. Um quarto de hora antes do pontapé de saída do Benfica-Liverpool começará o programa curto feminino da patinagem. E se é verdade que o dia mais importante será o de quinta-feira, a prova livre está marcada para esse dia, os verdadeiros adeptos da modalidade não desprezarão a primeira apresentação das mais fortes candidatas da disciplina-rei dos Jogos Olímpicos de Inverno (é a minha opinião).
Em competição estarão duas grandes favoritas. A lolita americana Sasha Cohen, que tentará reconquistar o título olímpico para os EUA (nos últimos olímpicos ganhou inesperadamente Sarah Hughes), e a russa de 27 anos Irina Slutskaya. A ausência de Michelle Kwan, a grande favorita e super-estrela do circuito, que se retirou por lesão em cima da hora, será compensada pela apresentação de Slutskaya que recuperou espectacularmente de uma doença cardíaca, inflamação dos vasos sanguíneos cardíacos, para tentar ganhar o único título que lhe falta. A vitória, a acontecer, será certamente dedicada à mãe que falhou recentemente um transplante de rins e tem de fazer hemodiálise três vezes por semana.
Já Cohen, que levou para Turim um romance histórico baseado na vida de Catarina de Aragão, é filha de uma bailarina russa e a sua graça é muitas vezes comparada à da actriz Katherine Hepburn. Nos últimos campeonatos internos dos EUA perdeu para a ausente Kwan mas foi unanimente reconhecida como uma tecnicista de primeira água. O seu treinador, de acordo com o Sunday Times, diz que é impossível ser vista numa "posição feia".
Sendo uma modalidade escorregadia, pode ainda haver uma, duas ou mesmo três supresas: Emily Hughes, irmã mais nova da campeã olímpica rainante, foi chamada à última da hora para substituir Kwan; Kimmie Meissner, a mais jovem concorrente americana de sempre nos seus dezasseis anos, e Shizuca Arakawa, a japonesa campeã do mundo em 2004, que parece estar a voltar à sua melhor forma.
Na prova célebre pelas paixões e ódios que desencadeia - quem não se lembra do ataque que a patinadora Tonya Harding orquestrou contra Nancy Karrigan e que envolvia partir uma perna à sua rival? - qualquer profecia sobre o resultado seria muito arriscada. Mesmo sendo certo que a russa Slutskaya é a favorita. A própria reconheceu que a sua vontade de ganhar cresceu recentemente: os medicamentos que tomou para combater a vasculite aumentaram-lhe o tamanho do coração.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

desconfio da russa slutskaya. esse nome não pressagia coisa boa...

5:34 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Pôxa! Gelo? só se for p/o scotch antes de passar á luz.
Pela idade das atletas,esse deveria ser o desporto favorito do Humbert Humbert.Nãaa!Embora seja tentador.
Mas não, eu hoje estou um pouco misogino!SLB,SLB,SLB, Glorioso,SLB,Glorioso SLB

6:01 da tarde  
Blogger LC said...

Eu, professor? Os papéis invertem-se! Seja como for, posso ficar com a russa e proponho que viagemos para Liverpool. É um local discreto, sobretudo no dia da mulher que aí vem.
Abração, LC.

12:26 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O Luís Carmelo também foi meu professor. Dos melhores e dos mais geniais. E também dos mais estranhos (no bom sentido da palavra)... Recordo um intervalo de uma aula de semiótica em que vários alunos se puseram à conversa com o prof. A conversa foi fluindo, de Eco até ao estudo que estava a fazer sobre a comunicação oral das tribos do Sahara na Idade Média. Agora expliquem-me, é ou não é preciso uma pessoa ser um génio para estudar a oralidade das tribos do Sahara na Idade Média? E como é que isso se faz?...

5:34 da tarde  

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