Fora da Ordem
A propósito de um parecer do Conselho Deontológico (CD) do Sindicato dos Jornalistas (SJ) gerou-se, nos blogues dos ditos (jornalistas: O insubmisso, Corta-fitas, Fonte das Virtudes, Glória Fácil...), um curioso debate que, a meu ver, está completamente ao lado do essencial.
O parecer é um absurdo total e nem me detenho muito a discutir o seu conteúdo. Até porque o conteúdo é perfeitamente secundário - o que importa para o caso é o contexto. E o contexto é que a Lusa está em mudança de ciclo (político) e o CD decidiu deixar-se instrumentalizar de uma forma totalmente despudorada.
O problema fundamental com o CD e com o SJ é que ambos estão entregues, há décadas, a uma clique, muito pouco representativa do mundo real das redacções da actualidade. E está entregue a uma clique porquê? Simplesmente porque os milhares que exercem a profissão se estão perfeitamente nas tintas para estas coisas do colectivo. Quantas listas têm concorrido às eleições para o CD e o SJ?
Ora eu não percebo em quê é que a mudança de nome ou de estatuto (a Ordem) poderia mudar este estado das coisas. Alguém imagina que, com a criação da ordem, haveria um súbito interesse de uma data de gente em perder umas horas por semana a discutir, de forma serena e estruturada, o exercício da profissão? Não brinquem comigo...
O parecer é um absurdo total e nem me detenho muito a discutir o seu conteúdo. Até porque o conteúdo é perfeitamente secundário - o que importa para o caso é o contexto. E o contexto é que a Lusa está em mudança de ciclo (político) e o CD decidiu deixar-se instrumentalizar de uma forma totalmente despudorada.
O problema fundamental com o CD e com o SJ é que ambos estão entregues, há décadas, a uma clique, muito pouco representativa do mundo real das redacções da actualidade. E está entregue a uma clique porquê? Simplesmente porque os milhares que exercem a profissão se estão perfeitamente nas tintas para estas coisas do colectivo. Quantas listas têm concorrido às eleições para o CD e o SJ?
Ora eu não percebo em quê é que a mudança de nome ou de estatuto (a Ordem) poderia mudar este estado das coisas. Alguém imagina que, com a criação da ordem, haveria um súbito interesse de uma data de gente em perder umas horas por semana a discutir, de forma serena e estruturada, o exercício da profissão? Não brinquem comigo...
2 Comments:
Pois é João...
Como ninguém quer perder tempo a discutir a forma de melhorar o exercício da profissão, o melhor mesmo é ficar quieto.
Tens alguma dúvida que a existência de uma Ordem ajuda a pôr ordem na coisa?
Não é o que se passa com outras ordens?
Podias ajudar no debate, dizem-nos como é que a criação de uma Ordem vai tornar as coisas ainda piores.
Achas, ou não, que o jornalismo que todos fazemos podia ser um pouco melhor? Com mais regras, mais vezes cumpridas. Com mais e melhor formação. Etc...
Claramente de acordo, João, sem pôr em causa a consideração pessoal por elementos dessa eventual clique. E facilmente, suponho, uma outra clique se apossaria da dita Ordem. O desinteresse é, também, factual. Uma espécie de sinal dos tempos. Mas há outra coisa: alguém se quer dar ao trabalho de perceber que as ordens profissionais, juridicamente, nada têm a ver com uma profissão como esta?
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