terça-feira, fevereiro 07, 2006

Farmacologia

Tenho notado que nos últimos tempos os anos 80 despertaram uma onda saudosista quase sem paralelo. Parece-me totalmente descabida. Mesmo sendo verdade que nos ditos anos havia uma vasta gama de produtos farmacológicos à disposição da população: haxixe, erva, roypnois, valiums, speeds (os famosos diniteis), a ocasional trip, os resquícios (herdados da década anterior) do LSD, coca e cavalo formavam uma equipa sem paralelo.
O problema, palavra de consumidor, é que a quantidade não correspondia à qualidade. Já sem falar dos efeitos colaterais. A verdade é que niguém ligava quando os Xutos cantavam no Rock RendezVous que tinham "medo da agulha romba" ou quando os Marillion iam ao Restelo arranhar o Kayleigh: estava tudo a dormir,a roubar, a coçar-se, a morrer ou a andar à estalada no 2001(outra das modalidades favoritas da época).
Eu, mal por mal, prefiro o novo milénio. Sei que perdemos os Taxi, os Trabalhadores do Comércio, os Jafumega, o Carlos Paião e os Da Vinci mas pelo menos parecemos muito mais saudáveis. Entre trabalho e blogues, quase não dormimos. Gostamos de dançar música techno e temos mais sexo. Só um céptico poderia pensar que a culpa é do ecstasy.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Epá, FTA, mas as gabardinas pretas... bem munidas de bolsos impermeáveis, ideais para guardar os fármacos...
Não há nada que se lhes compare neste milénio.
Mike (aquele que ainda agora falou contigo a propósito de colégios)

3:58 da tarde  
Blogger inês said...

pois podes não acreditar (e até nem perceber porquê), mas a mim apetece-me manda este sprint do fecho para ir à tua procura e dar-te um grande beijo!

4:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mas nada de duvidas.LSD - a melhor companhia aérea do mundo.Sem saudosismos, mas agora é mais "low cost".

5:02 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Agora vai passar a ser assim. Quando os posts já estão enterrados cá em baixo, quando já ninguém lhes pega, eu comento (quero de volta o meu low profile). Pode ser que sejas tão terminal como eu que recebas cópias dos comentários no email. Senão, tant pirre!
Demasiado infantil, na década de 80, para saber do que falas, sei apenas isto, não somos do mesmo forno: és do final da geração dos tachos e eu do início da geração dos desen[rascas].
Não estou é certa que a terapia de substituição do novo milénio seja muito mais saudável. A ver...

6:02 da tarde  

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