quinta-feira, junho 23, 2005

As greves IV

Tenho para mim que este momento de forte contestação social às medidas de aperto anunciadas pelo Governo de José Sócrates será, para o bem ou para o mal, o momento decisivo para definir a governação do País nos próximos anos.
É certo que Sócrates, até pelo seu feitio, não parece ceder perante este tipo de descontentamento. Quanto mais não fosse, por teimosia.
Mas a pressão pode revelar-se ainda maior do que parece, e vinda de outro campo.
Os professores estão parados. Os polícias na rua. Os motoristas em greve. Outros tantos se seguem. E dentro de quatro meses vamos ter eleições autárquicas.
É daí que vem o perigo. Dentro do PS, vão começar a surgir vozes, primeiro em surdina, depois entredentes, e mais à frente quiça mesmo com protestos públicos, a pedir o aliviar do cinto para esta ou aquela área.
O medo de perder o poder gera o pânico. Sócrates não corre o risco de o perder para já, mas e as centenas de autarcas socialistas? Já imaginaram o medo por aquelas cabecinhas? Será que veremos Jorge Coelho, o poderoso do aparelho, servir de elo? E conseguindo o que, maior endividamento?

Repito, a forma como Sócrates passar este tempo será decisiva para se avaliar tudo o que podemos esperar deste ciclo de governação. E o risco não vem dos milhares no Terreiro do Paço. Vem antes daqueles poucos centos que têm o número de telemóvel directo para o Largo do Rato.

1 Comments:

Blogger inês said...

nem mais!

1:16 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home