quarta-feira, junho 22, 2005

As greves

Os professores sentem-se lesados, protestam e partem para a greve. Hoje, os polícias, que se sentem lesados, vão partir para a rua em protesto.
Nos dois casos, por causa do congelamento (temporário) da progressão automática nas carreiras. Nos dois casos, as corporações entendem que um imbecil que não mereca o salário que ganha, que não mexa o cú da cadeira, tem, ainda assim, direito a ser automaticamente promovido a cada três anos. Porque aguentar os calos no traseiro deve ser penoso, imagino.
Num caso e noutro, ainda não ouvi ninguém, repito ninguém, defender uma política de promoções e avaliações rigorosas, em que os mais dedicados são, verdadeiramente, promovidos e aumentados (e será justo, porque para um bom professor ou bom polícia o que se lhes paga é miserável).

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Percebo o pensamento. Basicamente é igual ao que todos os cidadãos deste país sentem pelos funcionários públicos.
E quais seriam os critérios da “política de promoções e avaliações rigorosas” lembre-se que quem avalia muitas vezes o faz de forma arbitrária e de como é difícil desmontar uma avaliação injusta por parte das chefias. Se o caso for parar ao Tribunal Administrativo paga-se caro a audácia.

4:02 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Quem não sabe não deve comentar!!! As promoções dos professores não são automáticas, embora eu reconheça que o sistema de promoção não seja perfeito.

9:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Nunca em caso algum se pode considerar a progressão na carreira docente como automática. Tal afirmação só pretende lançar poeira para a opinião pública, virando-a contra os professores. Vejamos então como progridem os docentes. Para que um professor possa progredir de um escalão para o outro existe um tempo (o exemplo refere-se a 3 anos) dentro do qual o docente tem que fazer (com aproveitamento) 3 acções de formação de duração média de uma semana (manhã e tarde). O final de cada uma delas implica a realização de um trabalho final que será avaliado, decorrendo daí o facto do professor ganhar ou não 1,2 créditos. Se chumbar, não recebe qualquer crédito, logo não é automático. No final dos três anos o professor realiza ainda um novo trabalho, Relatório Crítico onde descreve os seus sucessos, insucessos, apontando também estratégias que possam melhorar o seu próprio trabalho futuro. Considerar isso automático como o que acontece ao simples somar anos para automaticamente subir de escalão, é no mínimo desonesto política e intelectualmente. Os professores, além de terem de completar o tempo de um escalão, fazem formação, são avaliados e só depois de uma avaliação suficiente é que podem progredir. Em todo o caso, é também preciso melhorar muito mais o sistema. Mas esse é da responsabilidade dos políticos, nunca o foi dos professores embora devam ser ouvidos. Essa também é uma das razões desta greve e o mérito deve ser o critério: regulamente-se a lei, agora não se prejudique quem já gastou muito tempo em formação e que fez os trabalhos que lhe eram exigidos. O congelamento das progressões é injusto porque faz dos professores peças de um jogo de azar. Isso é simplesmente inadmissível. Amanhã farei greve, mas estarei na escola porque se for necessário, mesmo com falta, vigiarei os exames. Nenhum aluno ficará por fazer o exame por causa da minha adesão à greve. Maria

10:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A Maria esqueceu-se de dizer que a esmagadora maioria das acções de formação são uma perfeita anedota e que não há conhecimento de que alguém alguma vez tenha chumbado a alguma delas...
Assim sendo, isso das acções de formação como condição "sine qua none" para a progressão na carreira nunca passou de cortina de fumo para enganar ingénuos.
A progressão na carreira dos docentes do básico e secundário é, para todos os efeitos práticos,automática. Até que este governo, nunca as mãos lhe doam, decidiu pôr fim à pouca vergonha.
António Silva,
professor.

8:55 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

É deprimente constatar, com base nos argumentos apresentados pelos sindicatos para justificar a greve, quão limitados horizontes têm os professores para a sua profissão. O grau de exigência dos próprios, especialmente no ensino básico, relativo ao sucesso da sua actividade é, regra geral, tão baixo, como confirmado pelos resultados, que deveria suscitar uma reflexão dentro da classe e a um maior comprometimento desta com as responsabilidades que lhe são delegadas pela sociedade. Isto antes de exigirem a recompensa por esse comprometimento...

1:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Colega António Silva: que a formação é má, isso também acontece. Todavia a responsabilidade não foi nem é dos professores. Quem fez a lei foram os políticos; nós apenas cumprimos como é nossa obrigação. A haver culpados são Pirmeiros-ministros, os ministros da educação dos (des)governos do PSD e PS. Criaram a "anedota" da actual formação/avaliação e agora somos nós que pagamos pela sua incompetência. Mude-se a lei, mas até lá que permaneça a actual. Se fosse também um dos atingidos, certamente não falaria assim. Deve ter mudado o ano passado de certeza ou deve fazer parte do partido que actualmente nos (des)governa. Olhe, sabe que mais: tenho que acabar o relatório crítico, mesmo sabendo que não servirá para nada. Enquanto isso, outros há que apenas esperam sentados que os anos passem para subirem de escalão. Outros ainda definem as suas reformas, trabalhando apenas 6 anos. Cá para mim terei de chegar aos 65, sem contudo ter a certeza de receber qualquer reforma. É que pelo andar da carruagem, reformas só para os filhos. Os enteados que se amanhem... Maria, Professora

4:34 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Se o autor do blog não fosse burro e soubesse um mínimo de ducação não dizia tanto disparate.E eu sou professor no privado, com muito gosto e honra, mas a greve é mais do que justa.

9:07 da tarde  

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