sexta-feira, fevereiro 03, 2006

paridade


segunda feira fui ao CCB ver o ballet nacional de espanha. um dos melhores momentos do espectáculo foi protagonizado por um casal de mulheres, uma delas a fazer passar-se por um homem. e assim ando, há já quatro dias, a tentar acreditar que dois homens conseguiriam fazer o mesmo - um deles a fazendo-se passar por mulher. mas não, não consigo...

nós, as mulheres, conseguimos trabalhar (como os homens), namorar e/ou casar (como os homens), ter uma vida familiar equilibrada, socialmente activa e sexualmente saudável (como os homens), ir ao ginásio e aos saldos, conseguimos dedicarmo-nos a um ou outro hobby (como os homens) e ainda organizar a casa, tratar da empregada, das compras, do cão, do gato, do peixe, das crianças - da escola, dos trabalhos de casa, das actividades extra-curriculares, das doenças, dos piolhos, das festas de anos dos amiguinhos, das roupas que já apertam, dos livros e jogos didáticos, das dúvidas, dos medos, das carências...

paridade não é, além do resto, conseguir partilhar isto tudo?

11 Comments:

Blogger inês said...

pois eu gostava de uma certa partilha de responsabilidades, caro atento. não me parece que isto torne os nossos queridíssimos machos latinos em nórdicos sem sal. e sim, é um fenómeno cultural. porque falou em sexismo?
mas devolvo-lhe a pergunta: prefere as metódicas nórdicas, essas excelentes donas de casa (porque parece ser esta a questão que o preocupa) que, com o apoio do Estado, se dão ao luxo de tirar x anos para tratar dos filhos pequenos (dependendo dos casos)?

quanto ao mozart, quando voltar da sua ronda da net, e se tiver novidades, venha cá dizer de sua justiça.
PS: curioso parecer-lhe uma dança... eu, pelo menos, costumo dançar com música bastante mais animada.

12:22 da tarde  
Blogger FTA said...

Eu prefiro as Helgas deste mundo.

12:37 da tarde  
Blogger inês said...

tu é mais helgas, sim, mas das portuguesas! de preferência de uma certa zona da grande lisboa

12:42 da tarde  
Blogger Daniel Brás Marques said...

Cara Inês,

Como a minha mulher a compreende tão bem....!!! Já agora, tem a minha solidariedade (se ajudar?!)

12:53 da tarde  
Blogger Sam said...

O fenómeno é de facto cultural no sentido em que não é genético, mas não distingue nórdicos de mediterrânicos coisíssima nenhuma. Distingue muito simplesmente as mulheres dos homens e o aspecto cultural pelo qual a distinção se transmite de geração em geração é a educação. A filha de 8/10 anos começa a pôr e a levantar a mesa, a fazer a cama, etc. Um pouco mais tarde começa a colaborar noutras tarefas domésticas. Aos 13/14 anos vai ao supermercado, estende a roupa, passa a ferro. E o filho?
Os pais têm um papel importante no sentido de fazer equilibrar as coisas, em vez de reproduzirem o sistema que interiorizaram.

1:21 da tarde  
Blogger inês said...

sam, na bélgica e na holanda, os filhos costumam sair de casa pelos 18 anos, altura em que vão para a faculdade. se um filho não se sabe «governar» está literalmente tramado (ou então, vê-se na obrigação de aprender). isto para te dizer que, a meu verm a distinção também se faz pela via geográfica. mas através da educação, sim. ou seja, no norte e centro da europa, a educação é outra. nós, os latinos, ainda estamos (mal) habituados a sobrecarregar as mulheres (ou estas a deixararem-se sobrecarregar). culpa nossa? também. eu tentarei contribuir, tanto quanto me for possível, para a mudança de mentalidades.

2:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Paridade:
Jovem o recenseamento militar é obrigatório, se tra la la …. Depois surge uma voz feminina que diz, “”jovem o recenseamento militar é facultatico” PARIDADE ??? onde esta ela. Eu estive 7 meses no exercito obrigado. Não foi muito tempo mas fui forçado a passar 7 meses da minha vida a fazer algo k não keria apenas pk nasci homem.

5:24 da tarde  
Blogger inês said...

caro anónimo, se o argumento é esse, então respondo que eu estou há sete meses grávida (e não o meu marido)... só porque nasci mulher.

esclarecimento: eu não falei em igualdade, porque homens e mulheres são diferentes. e muito. falei em paridade.

5:58 da tarde  
Blogger inês said...

mas essa questão foi logo respondida: «pois eu gostava de uma certa partilha de responsabilidades, caro atento. não me parece que isto torne os nossos queridíssimos machos latinos em nórdicos sem sal». reformulando, gostava de machos latinos que, além do trabalho, da bola, dos amigos (nós tb temos isso tudo, nas nossas vidas), tb falassem com as professoras, arranjassem explicadoras, comprassem collants quando eles se rasgam, pesquisassem o melhor remédio para a piolheira, etc, etc, etc.

está respondido?

6:07 da tarde  
Blogger inês said...

PS: não consigo abrir o dito introitus... não é reconhecido pelo meu computador (provavelmente devido às barreiras protectoras do sistema). não mo arranja em wma ou mp3?

6:08 da tarde  
Blogger inês said...

pois atento, já me perdi. quando eu abro o blog, não dispara música nenhuma... portanto, a de que lhe falo é a da grafonola do FTA. e essa, garanto-lhe, é o introitus.
quanto à que diz ouvir (e não é o único)... não sei do que se trata.

PS: obrigada pelos parabéns.

3:56 da tarde  

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