Independências (I) 1989
O primeiro número de 1989 merece destaque por duas razões. A história da casa de Cadilhe nas Amoreiras - o primeiro grande escândalo político do Independente - e uma preciosa peça de Inês Pedrosa.
A actual mandatária de Manuel Alegre vai aos livros de autores portugueses e faz um levantamento das cenas amorosas publicadas em Portugal no ano de 1988. É um acervo raro.
Lídia Jorge, no livro a Costa dos Murmúrios, explica que Evita "define o pénis do valoroso alferes seu marido por ´espingarda de carne`". A escritora era aliás uma reincidente de fabulosa imaginação. Em 1982, "a Branca de o «Dia dos Prodígios» chamava-lhe «navalha de carne»" Outro personagem do mesmo livro sugere alternativas: "porque não dizer «sabre de amor» ou «cometa» ou «poção» ou «sonda marinha» ou «relâmpago de mel» ou «tronco de flores»?
Voltando a Evita, de Lídia Jorge, segundo Inês Pedrosa: "Encontro-me fechada dentro de dois braços de ginasta, encontro-me balançando dum lado ao outro,conforme o corpo dele balança, ele diz minha querida, e, enquanto nos apertamos e balançamos,tecemos a nossa teia involuntária, aranhas esperando a nossa mosca. Útero, pénis, coração apressado têm o seu movimento involuntário".
Maria Velho da Costa preferia um mais elíptico: "mas destas coisas sublimes e grossas quanto menos se diga e queira pensar melhor: o sexo é dos anjos, que são menos de alarde que os demónios". O mesmo, sobre o estilo, não se poderia dizer de Olga Gonçalves em Armandina e Luciano: "Quando dei por ela, já me tinha levantado a camisa e começa a lamber-me as mamas. Lambia-as de roda, de roda do, lá saber fazer a coisa sabia, e eu então que me pelo por isso, desato a ficar eriçada (...)".
João de Melo, em "Gente feliz com Lágrimas": "Vista de trás, Marta era tão fêmea quanto outrora as cadelas nas ruas proibidas dos Açores, com seu anús cinzento, o búzio puberino fendido ao meio e de cheiro muito ácido, as pétalas magníficas daquela mesma corola que os bois da infância lambiam e cheiravam antes de nela se perderem. Então era irresístivel a tentação de ser o cão e o boi daquela fêmea terrivelmente seduzida, que apesar de tudo esperava e se mantinha submissa escutando os longínquos segredos do seu homem. O ceptro dele sondava-lhe o anús devagar, numa discreta e sensível fricção, e Marta fechava os olhos, suspirava, enchia-se dos humores suplicantes de todas as fêmeas quando prontas e abertas à penetração do macho. Tinha a superior vantagem de possuir uma boca de mel, sempre que a dele lhe oferecia a língua ou a mordia no canto dos lábios. A sua pequenina cabeça torcia-se para receber essa mordedura suave, e também para suplicar-lhe a junção profunda do ceptro com o búzio". O mesmo autor, João de Melo, o mesmo livro: "Seis vezes consecutivas, recebi o sismo dessa energia. à sétima ejaculação estava insuportavelmente dolorida, quase destroçada, ao mesmo tempo feliz e exausta".
Obrigado (pelo artigo) Inês Pedrosa (to be continued) .
A actual mandatária de Manuel Alegre vai aos livros de autores portugueses e faz um levantamento das cenas amorosas publicadas em Portugal no ano de 1988. É um acervo raro.
Lídia Jorge, no livro a Costa dos Murmúrios, explica que Evita "define o pénis do valoroso alferes seu marido por ´espingarda de carne`". A escritora era aliás uma reincidente de fabulosa imaginação. Em 1982, "a Branca de o «Dia dos Prodígios» chamava-lhe «navalha de carne»" Outro personagem do mesmo livro sugere alternativas: "porque não dizer «sabre de amor» ou «cometa» ou «poção» ou «sonda marinha» ou «relâmpago de mel» ou «tronco de flores»?
Voltando a Evita, de Lídia Jorge, segundo Inês Pedrosa: "Encontro-me fechada dentro de dois braços de ginasta, encontro-me balançando dum lado ao outro,conforme o corpo dele balança, ele diz minha querida, e, enquanto nos apertamos e balançamos,tecemos a nossa teia involuntária, aranhas esperando a nossa mosca. Útero, pénis, coração apressado têm o seu movimento involuntário".
Maria Velho da Costa preferia um mais elíptico: "mas destas coisas sublimes e grossas quanto menos se diga e queira pensar melhor: o sexo é dos anjos, que são menos de alarde que os demónios". O mesmo, sobre o estilo, não se poderia dizer de Olga Gonçalves em Armandina e Luciano: "Quando dei por ela, já me tinha levantado a camisa e começa a lamber-me as mamas. Lambia-as de roda, de roda do, lá saber fazer a coisa sabia, e eu então que me pelo por isso, desato a ficar eriçada (...)".
João de Melo, em "Gente feliz com Lágrimas": "Vista de trás, Marta era tão fêmea quanto outrora as cadelas nas ruas proibidas dos Açores, com seu anús cinzento, o búzio puberino fendido ao meio e de cheiro muito ácido, as pétalas magníficas daquela mesma corola que os bois da infância lambiam e cheiravam antes de nela se perderem. Então era irresístivel a tentação de ser o cão e o boi daquela fêmea terrivelmente seduzida, que apesar de tudo esperava e se mantinha submissa escutando os longínquos segredos do seu homem. O ceptro dele sondava-lhe o anús devagar, numa discreta e sensível fricção, e Marta fechava os olhos, suspirava, enchia-se dos humores suplicantes de todas as fêmeas quando prontas e abertas à penetração do macho. Tinha a superior vantagem de possuir uma boca de mel, sempre que a dele lhe oferecia a língua ou a mordia no canto dos lábios. A sua pequenina cabeça torcia-se para receber essa mordedura suave, e também para suplicar-lhe a junção profunda do ceptro com o búzio". O mesmo autor, João de Melo, o mesmo livro: "Seis vezes consecutivas, recebi o sismo dessa energia. à sétima ejaculação estava insuportavelmente dolorida, quase destroçada, ao mesmo tempo feliz e exausta".
Obrigado (pelo artigo) Inês Pedrosa (to be continued) .
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