Mau Sinal

Na sexta-feira, Kátia Guerreiro não foi a um debate na SIC-Notícias entre os diversos mandatários da juventude dos candidatos.
O mesmo aconteceu, ou está para acontecer, num debate semelhante na Rádio Renascença.
Num inquérito no Expresso da semana passada, já a representante de Cavaco Silva se tinha esquivado ao questionário, a que os seus 'homólogos' responderam, melhor ou pior.
No Público também já notei que os questionários aos candidatos vêm, na volta, e no caso de Cavaco Silva, ou em branco ou com não-respostas ou com respostas a dizer que não se responde ou que sobre isso o melhor é ir consultar o discurso do dia tal.
Podem ser tudo casos isolados e meras coincidência. Como não acredito, desde já digo que me parece um péssimo sinal que Cavaco Silva está a prestar.
O homem está a um fio de ganhar, provavelmente merece e vai mesmo ser Presidente, mas assim não. De todo. Ser candidato presidencial é ir a jogo. É mostrar o jogo. É apresentar-se aos eleitores. Não é apresentar-se ocultando-se ou esquivando-se o mais possível. Que ganhe. Mas que ganhe dando a cara, dando o corpo ao manifesto, porque convenceu mais que os outros, porque as ideias são melhores ou por qualquer razão deste tipo.
É que o risco até é maior do que pode parecer. Se Cavaco se torna num candidato ao estilo daquelas equipas que a ganhar por um a zero decidem pôr o autocarro à frente da baliza para não sofrer golos e manter a vantagem, quem perde é o debate democrático. Até pode ganhar o jogo (eleições) mas só afasta espectadores do estádio (da política).