quinta-feira, outubro 20, 2005

"Meus senhores, eu não sou candidato"

Imaginem, por breves instantes que seja, que o senhor professor hoje decidia dizer que não era candidato presidencial.
As ondas de choque, os bruás, os lamentos histéricos que se multiplicariam pelo País, uma vez mais refém de um dom Sebastião que da bruma não regressaria...
E os efeitos políticos imediatos que se seguiriam: Portas a regressar dos Estados Unidos e a deixar escurecer novamente a melena, Santana a deixar o limbo a que se confinou com uma ajudinha dos escritos delgadais, o professor Marcelo a multiplicar os mergulhos no Guincho e a pôr-se a jeito para o combate, com um empurraozinho da sua sousa dias. E, à esquerda, novamente os olhos a brilharem perante a perspectiva de mais dez anos de presidente de esquerda. Soares como principal favorito, Alegre com esperanças de começar a escrever sonetos das varandas do Palácio de Belém, e até Jerónimo e Louçã a acreditarem que os seus votos seriam decisivos para escolher o inquilino presidencial que sucede a Sampaio.
Imaginem, nem que seja por uns breves instantes...