Sinais perigosos
As recentes intervenções de Luís Campos e Cunha e de Vítor Constâncio sobre o aumento de impostos não auguram nada de bom.
Do que o País precisa é de medidas difíceis, de rigor, e de quem seja capaz de as tomar, e os discursos do ministro das Finanças e do governador do Banco de Portugal, sobre, respectivamente, o aumento do IVA (não foi dito mas é o que está aparentemente pensado) e a subida dos impostos sobre os automóveis e os combustíveis, vão, ao contrário do que numa primeira análise possa parecer, precisamente no sentido inverso.
É certo que as subidas de impostos são medidas impopulares. Mas para quem governa e tem o poder nas mãos o problema das medidas impopulares são os possíveis custos eleitorais que acarretam. Ora, com um calendário eleitoral limpo nos próximos quatro anos, a impopularidade de medidas tomadas agora não terá consequências reais práticas(dois anos, mais perto de eleições, com descida de impostos e aumento de salários, resolvem o assunto).
As medidas podem ser impopulares mas não são, portanto, difíceis. Difícil seria, isso sim, o novo poder dizer como conta diminuir a despesa pública e emagrecer um Estado cheio de gorduras e ineficiências. Difícil seria despedir funcionários, caso se chegasse à conclusão que era necessário.
Isso é que era difícil, conseguir fazer o que não é evidente, o que não se resolve com uma assinatura num despacho e o que ainda ninguém conseguiu fazer antes.
Subir impostos é difícil? Não, pode ser impopular mas é, na verdade, uma cedência ao facilitismo: como não conseguimos diminuir a despesa, toca de aumentar a receita.
Ou seja, em vez de o Estado emagrecer e libertar espaço para o sector privado dinamizar a economia, corta as pernas aos privados por não conseguir resolver os problemas de outras formas.
E o que o ministro das Finanças veio dizer - e agora o governador do BP aconselhar - é precisamente um sinal de facilitismo e incompetência. Que aumentem os impostos, sim, mas primeiro expliquem detalhadamente onde é que cortaram na despesa, como, onde é que revelaram rigor, e como, e porque é que não conseguiram cortar mais e precisam então de encontrar receita nova. Não façam é tudo ao contrário.
São dois sinais, e apenas dois sinais. Mas não auguram nada de bom. Sob a capa de medidas impopulares esconde-se na verdade uma cedência irresponsável ao mais fácil.
PS: Já agora, que credibilidade terão estes senhores depois para vir apelar à poupança e rigor das famílias portuguesas quando não são eles próprios a dar o exemplo?
Do que o País precisa é de medidas difíceis, de rigor, e de quem seja capaz de as tomar, e os discursos do ministro das Finanças e do governador do Banco de Portugal, sobre, respectivamente, o aumento do IVA (não foi dito mas é o que está aparentemente pensado) e a subida dos impostos sobre os automóveis e os combustíveis, vão, ao contrário do que numa primeira análise possa parecer, precisamente no sentido inverso.
É certo que as subidas de impostos são medidas impopulares. Mas para quem governa e tem o poder nas mãos o problema das medidas impopulares são os possíveis custos eleitorais que acarretam. Ora, com um calendário eleitoral limpo nos próximos quatro anos, a impopularidade de medidas tomadas agora não terá consequências reais práticas(dois anos, mais perto de eleições, com descida de impostos e aumento de salários, resolvem o assunto).
As medidas podem ser impopulares mas não são, portanto, difíceis. Difícil seria, isso sim, o novo poder dizer como conta diminuir a despesa pública e emagrecer um Estado cheio de gorduras e ineficiências. Difícil seria despedir funcionários, caso se chegasse à conclusão que era necessário.
Isso é que era difícil, conseguir fazer o que não é evidente, o que não se resolve com uma assinatura num despacho e o que ainda ninguém conseguiu fazer antes.
Subir impostos é difícil? Não, pode ser impopular mas é, na verdade, uma cedência ao facilitismo: como não conseguimos diminuir a despesa, toca de aumentar a receita.
Ou seja, em vez de o Estado emagrecer e libertar espaço para o sector privado dinamizar a economia, corta as pernas aos privados por não conseguir resolver os problemas de outras formas.
E o que o ministro das Finanças veio dizer - e agora o governador do BP aconselhar - é precisamente um sinal de facilitismo e incompetência. Que aumentem os impostos, sim, mas primeiro expliquem detalhadamente onde é que cortaram na despesa, como, onde é que revelaram rigor, e como, e porque é que não conseguiram cortar mais e precisam então de encontrar receita nova. Não façam é tudo ao contrário.
São dois sinais, e apenas dois sinais. Mas não auguram nada de bom. Sob a capa de medidas impopulares esconde-se na verdade uma cedência irresponsável ao mais fácil.
PS: Já agora, que credibilidade terão estes senhores depois para vir apelar à poupança e rigor das famílias portuguesas quando não são eles próprios a dar o exemplo?
1 Comments:
Bom post. Reacção no Insubmisso.
Abç
D.D.
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