A caminho da normalização democrática

O voto universal, a separação de poderes, a soberania dada ao povo... Tudo isto são pilares de um Estado democrático. Mas, além do formalismo (essencial), a democratização e a democraticidade de um regime aferem-se por outros dados. Como sejam a capacidade de alternância do regime democrático.

Em 95 deu-se um passo decisivo nessa maturação, com a chegada ao poder, pela primeira vez, do PS sozinho, depois de 16 anos do PSD (só ou acompanhado) no poder.
Essa sedimentação aumentou no ano passado, quando o regime 'descobriu' que a possibilidade de maiorias absolutas de um partido não era exclusivo da 'direita'.

Daqui a 12 dias, o País prepara-se para novo passo no aprofundamento da sua democracia: A eleição (tudo indica), pela primeira vez, de um Presidente da República do regime democrático sem os votos da esquerda socialista.

Acabam assim, de vez, os pólos de poder político exclusivos de um campo político-ideológico em Portugal.

Isto vale muito mais que saber se o vencedor é o sr A, o dr B ou o eng C. Isto vale a melhoria da Democracia em Portugal.