Vizinhos
Eu sou de outro tempo. Sou do tempo em que um bocado daquela casa ainda era uma estância de madeiras. Do tempo em que jogávamos à bola naquela rua inclinada: "Muda aos cinco, acaba aos dez. A baliza é por baixo dos carros (as bolas de futebol eram pequenas)". Sou do tempo em que o Miguel também jogava. E sou do tempo em que na casa ao lado me ofereciam lanche e simpatia porque eu me tinha esquecido das chaves de casa. Sou do tempo em que não havia restaurante brasileiro e que o único ministro da rua era um homem de classe. Sou do tempo em que o Fernando trouxe uma cadela de água de pelo preto e fofo. Sou do tempo em que o sorriso da Maria Emília já era igual ao que é. Sou do tempo em que não havia netos mas uma avó açoriana sentava-se de preto numa cadeira. E sou do tempo, esse também imutável, em que uma gargalhada estava sempre a sair da garganta do meu vizinho. Exactamente, o Medeiros Ferreira.
6 Comments:
Chico:
Gostei muito que te tivesses recordado das nossas futeboladas na distante rua da nossa infância, ainda sem pilaretes nem carros em cima dos passeios.Felizmente a PSP estava entretida no jardim do príncipe real.Como vai o Joaquim?
Tudo óptimo...
Caro Francisco:
Depois de ter lido o teu amigo post, ocorreu-me dedicar-te a minha gargalhada sobre as presidenciais.Mas só me tenciono rir no fim...
O Miguel não o disse mas ele ainda não esqueceu a dentada que o teu filho deu à filha dele.Ele desconfia das verdadeiras intenções do Joaquim...
As intenções dele (Príncipe Joaquim), seriam as melhores... Tenho a certeza.Ele já é um príncipe. À nascença. Com o coração preso (provisoriamente...) a uma Diana. Segundo os pais dela (Diana) Princesa do Joaquim.
Comos pais que tem o Joaquim não me pode desiludir...
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