domingo, outubro 30, 2005

Desinformação

Se há coisa que me irrita é ser desinformado. Os jornais e os colunistas deviam ter mais cuidado com o que escrevem. Afinal, parece que a crise dos cérebros em fuga não é tão grave quanto parecia. Rui Pena Pires explica o assunto aqui. Felizmente, a blogoesfera existe.

Actuãlização: O Rui Pena Pires desenvolveu a sua análise aqui. Fica o link

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Quando Maria de Lurdes Pintasilgo foi primeira ministra de um governo da iniciativa de Ramalho Eanes, antes de sair do seu posto resolveu aumentar as pensões sociais de certas camadas de pensionistas. Foi um aumento considerável.

Sá Carneiro, na altura a preparar a AD, criticou fortemente esse aumento. A AD ganhou a seguir as eleições e foi para o governo, com Cavaco Silva em ministro das Finanças. Não tardou muito e fez novo aumento dessas pensões, o que fez com que num só ano essas pensões tivessem aumentado cerca de 45%. Começou aqui o descalabro despesista do Estado.

Mas, como o preço do petróleo entretanto tinha subido muito, de 12$/barril, para perto de 40$/barril, e como Sá Carneiro faleceu no acidente de Camarate, e era depois Pinto Balsemão o primeiro ministro, Cavaco Silva, prevendo mau tempo no canal para a economia mundial e portuguesa abandonou o barco da AD e recusou ser ministro do governo de Balsemão. Este ficou amuado e com o tempo se veria que nunca lhe perdoou este abandono do barco em pleno naufrágio.

A AD, esfrangalhada por lutas intestinas e pela crise económica que levou o país à beira da bancarrota, acaba por perder as eleições em 1983 e dá lugar a um governo de salvação nacional presidido por Mário Soares, com Mota Pinto em vice-primeio ministro. Foi o governo do bloco central.

Mário Soares teve de recorrer ao FMI para resolver a situação, com a ajuda do seu ministro das Finanças, Hernani Lopes. Em 1985 as contas públicas estavam recuperadas e o caso deu brado nos meios financeiros internacionais. Portugal passou a ser um exemplo de bom aluno do FMI.

Mas esta recuperação das finanças públicas custou popularidade a Mário Soares e ao PS, que na altura fez outra grande reforma, a do arrendamento, matéria tabú para os governos anteriores. E o PSD, com Cavaco Silva, sobe ao poder.

Iniciava-se na altura a recuperação da economia mundial depois do choque do petróleo de 1980/81, com a descida forte do preço do petróleo. Cavaco Silva, bem infomado sobre os ciclos económicos, viu que teria um período de vacas gordas para fazer figuraço, até porque Portugal se preparava para entrar na CEE e iria receber chorudos fundos comunitários.

Cavaco Silva passou então a governar com três Orçamentos, o geral do Estado, o dos fundos comunitários e o das privatizações da banca, seguros, etc.

Foi um fartar vilanagem, dinheiro a rodos para distribuir pela clientela, incluindo centenas de milhares de funcionários públicos. O despesismo estatal no seu melhor! Fez obras, sim senhor, incluindo o CCB, que era para custar 6 milhões de contos e custou 40 milhões, segundo se disse na época. O rigor cavaquista no seu melhor!

Anos depois vem a guerra do Golfo, com implicações económicas fortes a nível internacional, e Cavaco Silva, prevendo período de vacas magras e já com ele em andamento, resolveu abandonar o barco e parar de governar e entregou o testemunho ao seu ex-ministro Nogueira. Este perdeu as eleições para Guterres e em 1996 iniciava-se a recuperação da economia mundial. Foi um bom período para Guterres, que continuou o despesismo de Cavaco Silva, já que este último tinha deixado o campo minado por sistemas automáticos de aumento da despesa pública, o MONSTRO cavaquista de que viria a falar Miguel Cadilhe, além de milhares de contratados a recibos verdes no aparelho do Estado, que Guterres teve de integrar nos quadros do Estado para não ter de mandar para a rua gente que há anos não fazia outra coisa senão trabalhar para e dentro do aparelho de Estado.

Foi este o percurso do despesista Cavaco Silva, o que como ministro das finanças da AD aumentou num ano, pela segunda vez, milhares de pensionistas, e o que, como primeiro ministro, aumentou a despesa pública de tal ordem que os défices públicos da sua governação, se limpos das receitas extraordinárias, subiram tanto (chegou a 9% do PIB) que o actual défice das contas públicas é apenas mais um no oceano despesista inventado por Cavaco Silva nos longínquos tempos da AD e continuado nos tempos em que foi primeiro ministro, depois da recuperação heroica dos tempos de Mário Soares e Hernani Lopes, nos anos 1983-85.

É neste despesista disfarçado de rigor que devemos votar para PR? Desculpem, se quiserem propor Hernani Lopes para PR, podem contar com o meu voto. Mas como ele não aparece a candidatar-se a PR, vou votar em quem o ajudou a salvar Portugal da bancarrota provocada pela AD de Cavaco Silva. E esse alguém é Mário Soares.

Estes os factos. E eu voto em factos, não em mitos e miragens. Mário Soares tem um brilhante CV em controlo da despesa pública (governos de 1977/78 e 1983-85). Cavaco Silva tem um brilhante CV no descalabro das contas públicas.

Qualquer economista, se intelectualmente honesto e conhecer um pouco da nossa História recente, rejeita liminarmente este embuste chamado Cavaco Silva. Se ele for presidente da República, como pode ele pregar moralidade económico-financeira quando ele foi e é ainda o pai do MONSTRO? Monstro que agora Sócrates se esforça por abater com as reformas profundas que está a fazer.

Para os mais novos aqui fica a radiografia do embuste chamado Cavaco Silva.

9:16 da tarde  
Blogger Dr. Assur said...

Felizmente.

10:02 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS

Nota à Comunicação Social

Face a notícias falsas vindas a público, a Presidência do Conselho de Ministros (PCM) esclarece o seguinte:

O Primeiro-Ministro não beneficia dos Serviços Sociais da Presidência do Conselho de Ministros.

Na verdade, o acesso aos benefícios dos referidos Serviços Sociais depende de inscrição, sendo que o Primeiro-Ministro não está, nem nunca esteve, inscrito naqueles Serviços, pelo que não é deles beneficiário.

O Primeiro-Ministro mantém, na íntegra, a afirmação que fez segundo a qual dispõe do mesmo sistema público de apoio na doença que é aplicável à generalidade dos funcionários públicos - a ADSE - e que alguns se recusam a aceitar.

Mais se esclarece, em todo o caso, que os Serviços Sociais da PCM não são serviços de apoio na doença, mas sim, essencialmente, serviços de natureza social, como refeitórios, campos de férias, actividades sócio-culturais ou apoios em situações de carência, resumindo-se os serviços relacionados com a saúde à comparticipação em exames de "check-up" a partir de certa idade e à divulgação do acesso a serviços médicos oferecidos com desconto mas sem qualquer encargo para os referidos Serviços Sociais.

Informa-se, ainda, que os Serviços Sociais da Presidência do Conselho de Ministros não são, de modo algum e ao contrário do que por vezes se pretende fazer crer, um regime especial de protecção social "para Ministros". Pelo contrário, não só a generalidade dos funcionários públicos beneficia de serviços sociais complementares nos diversos Ministérios, como sucede que os Serviços Sociais da PCM constituem, hoje, o verdadeiro regime geral dessa acção social complementar. Na verdade, nos serviços sociais da PCM estão integrados não apenas os funcionários da própria PCM, como os dos Ministérios da Ciência, da Cultura, da Saúde, dos Negócios Estrangeiros, da Administração Interna, da Defesa, da Presidência da República, da Assembleia da República e da Provedoria da Justiça, entre muitos outros.

Quem tem tido, portanto, Serviços Sociais especiais não é a PCM mas Ministérios como o Ministério da Justiça, onde, aí sim, para além dos serviços sociais complementares, propriamente ditos, tem estado integrado um verdadeiro subsistema de saúde.
Para além da harmonização em curso dos regimes de protecção na doença na função pública, o Governo pretende, também, promover uma progressiva harmonização dos benefícios em sede de serviços sociais complementares. Foi nesse sentido que se processou já a integração dos funcionários do Ministério da Saúde nos Serviços Sociais da PCM.

10:16 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

É o Rui Pena tem acesso a informação boa, prviligiada.
É também marido da Ministra da Educação.

Rui Carmo

11:30 da tarde  
Blogger FTA said...

E então?

10:45 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O Rui Pena Pires tem acesso a informação boa que está ao alcance de qualquer um que se dê ao trabalho de a procurar. Para facilitar, o post sobre a "fuga de cérebros" tem o link para o relatório do Banco Mundial de que qualquer um pode fazer o download.
A não ser que a net tenha virado, sem que eu o percebesse, um arquivo classificado...

1:31 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home